Crise de fundos pode impedir chegada de ajuda alimentar a milhões no Sudão
Agência usa o Serviço Aéreo Humanitário da ONU que não tem fundos; cerca de 3 milhões de pessoas receberam ajuda alimentar no país este ano; mais de 200 mil sudaneses foram deslocados nos últimos meses.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
O Programa Mundial de Alimentação, PMA, alertou esta sexta-feira para uma
crise de financiamento no Sudão que pode resultar numa lacuna de "grandes repercussões no terreno".
Em nota, publicada em Genebra, a agência destaca que o Serviço Aéreo Humanitário da ONU no país está "totalmente subfinanciado". São necessários US$ 9,9 milhões para cobrir as operações previstas até o fim de setembro.
Áreas Inacessíveis
No primeiro semestre deste ano, cerca de 3 milhões de necessitados foram alcançados por 20 mil trabalhadores humanitários. A chegada dos funcionários às áreas inacessíveis do país ocorreu graças a esse tipo de voos.
O Sudão teve mais de 200 mil novos deslocados nos últimos meses. A agência prevê o sofrimento de milhões caso o serviço não chegue às áreas com necessitados.
O serviço aéreo é considerado uma ferramenta essencial para o acesso dos trabalhadores humanitários.
O pedido feito aos doadores é que apoiem a agência para garantir a distribuição alimentar em locais incluindo Darfur, onde os confrontos entre forças rebeldes, do governo e de milícias aliadas entraram no 13º ano.
Leia Mais:
Conflitos deixam 13 milhões de crianças fora da escola
Mais de 400 casos de abusos em Darfur não foram investigados