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Subsídios do governo para a agricultura estão agravando o desmatamento BR

Subsídios do governo contribuem para desmatamento, segundo o Pnuma

Subsídios do governo para a agricultura estão agravando o desmatamento

Pnuma calcula que 80% das perdas de florestas são resultado direto das práticas agrícolas; subsídios do governo para o setor chegam a US$ 200 bilhões por ano; agência da ONU pede mudança de políticas públicas e cita o Brasil.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York. 

Segundo o Programa da ONU para o Meio Ambiente, Pnuma, 80% do desmatamento global é resultado direto de práticas agrícolas. E os subsídios do governo para o setor, que chegam a US$ 200 bilhões por ano, estão por trás do desmatamento.

Para o Pnuma, os governos “raramente reconhecem o impacto” dos subsídios para as florestas. Nesta sexta-feira, a agência da ONU lançou um relatório sobre incentivos fiscais para a produção agrícola, com sugestões para reduzir a degradação florestal.

Novas Políticas

O diretor-executivo do Pnuma declarou que “o impacto negativo dos subsídios é muitas vezes causado por políticas incoerentes e ultrapassadas”. Segundo Achim Steiner, o relatório mostra que políticas que separam crescimento econômico do desmatamento e da degradação de terra são o melhor caminho para um setor agrícola sustentável.

O chefe do Pnuma pede aos legisladores para que considerem o fato na hora de criar políticas para o setor agrícola e cita o Brasil como um bom exemplo.

Amazônia

O relatório da agência avalia que uma mudança de lei “evitou com que US$ 1,4 bilhão fosse emprestado para iniciativas que não eram sustentáveis”. Com isso, o governo brasileiro conseguiu uma “redução de 15% no desmatamento da floresta Amazônica entre 2008 e 2011”.

O Níger é citado como outro “caso de sucesso”, após mudar uma lei que estimulava agricultores a remover árvores de suas terras. A nova política ajudou a resgatar 4,8 milhões de hectares de terra e aumentar a fonte de renda dos agricultores em até 24%.

O relatório do Pnuma defende maior compatibilidade entre desenvolvimento rural, produção agrícola e redução das emissões de gases causadas pelo desmatamento. Com isso, a agência afirma que é possível alcançar a sustentabilidade e promover ecossistemas saudáveis.