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Número de mortos no conflito iemenita já ultrapassa 2,1 mil

Meninos com restos de engenho explosivo no Iémen. Foto: Unicef/Mohamed Hamoud

Número de mortos no conflito iemenita já ultrapassa 2,1 mil

Escritório de Direitos Humanos acredita que dados reais sejam muito maiores; baixas foram registadas de 26 de março a 27 de agosto; entidade pede aos intervenientes  que permitam a passagem de ajuda humanitária.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

O Escritório dos Direitos Humanos da ONU estima que 2.112 pessoas já morreram e outras 4,5 mil ficaram feridas após a escalada do conflito armado no Iémen.

Os registos dos últimos cinco meses destacam um total de 6.631 baixas civis. Os números calculados com base em informações recolhidas no campo são considerados conservadores e acredita-se que os dados reais "sejam muito maiores".

Taiz

Em nota, publicada esta terça-feira em Genebra, o escritório revela estar alarmado com o aumento acentuado do número de vítimas civis em Taiz, nas últimas semanas.

A situação humanitária na terceira maior cidade iemenita é considerada insustentável e agravada pelo bloqueio de rotas de abastecimento pelos Comités Populares afiliados às milícias Houthis.

Civis Mortos

Nas últimas duas semanas, as informações recolhidas pelo Escritório dão conta de 95 civis mortos e 129 feridos na área.

No dia 20 de agosto, 53 pessoas foram mortas numa série de ataques aéreos supostamente levados a cabo pelas forças da coligação liderada pela Arábia Saudita.

Os outros 42 civis foram mortos em bombardeamentos e ataques de francoatiradores, supostamente de Comités Populares.

Professores

Dois dias antes, cerca de 21 civis foram assassinados e 28 ficaram feridos na província de Amran. Um ataque aéreo das forças da coligação à representação do Sindicato Professores ocorreu enquanto estes "preparavam exames finais de estudantes primários e secundários".

O Escritório também manifestou muita preocupação com o impacto dos ataques da coligação sobre a situação humanitária na entrada de Hodeidah, um ponto de entrada essencial para suprimentos humanitários e importações comerciais.

A todas as partes do conflito, o pedido é que permitam e facilitem a passagem de ajuda humanitária sem impedimentos.

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