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Unicef preocupada com números de adolescentes com HIV em Moçambique

Unicef apoia crianças vulneráveis. Foto: Onusida

Unicef preocupada com números de adolescentes com HIV em Moçambique

Até 13% de meninas com 18 anos convivem com o vírus; agência apoiou priorização  de adolescentes nos planos para prevenir a infeção nos próximos quatro anos;  provícias de Nampula e Zambézia entre as mais vulneráveis.

Ouri Pota, da Rádio ONU em Maputo.

O Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, em Moçambique destacou  preocupação com o número das adolescentes infetadas pelo vírus HIV.

O representante cessante da agência no país falou à Rádio ONU, em Maputo, de como os casos de infeção pelo vírus ocorrem em diferentes subgrupos etários.  Esta semana, Koenraad Vanormelingen deixa de estar à frente do escritório nacional.

Prevalência

“Temos 330 novos casos de HIV por dia, o que nos preocupa particularmente porque afeta as meninas adolescentes. Aos 12 anos de idade, a prevalência entre meninas é de 1 %, aos 15 anos já é de 6%, aos 18 anos é de 13%, aos 24 anos é de 16% das mulheres que são infetadas por HIV. Isto nos preocupa muitíssimo.”

No fim do seu mandato, o representante indicou as regiões que são consideradas prioritárias nos programas da agência. 

Nampula e Zambézia

“Em geral as províncias mais afetadas são do Norte. E nos preocupa particularmente Nampula e Zambézia por serem as províncias mais populosas e também com os piores indicadores. Estas duas províncias albergam 60% de todas crianças vulneráveis do país. Nós como Nações Unidas e como Unicef em particular já decidimos em concentrar nos na Zambézia e Tete e no futuro vamos estar em Nampula por serem províncias que estão com maior vulnerabilidade.”

O apelo de Vanormelingen também se estendeu aos usos e costumes. O responsável alertou para o perigo das normas sociais menos desejadas.

Ritos

“No processo de transição da criança para adolescente, tanto os rapazes como as meninas em muitas áreas rurais, culturalmente são recomendados a passar pelos ritos de iniciação. Estes contribuem para a transmissão de valores, da cultura, mas também às vezes transmitem normas sociais menos desejadas. Por exemplo no caso das meninas, o facto de terem passado pelos ritos de iniciação, são consideradas preparadas para casar ou ter relações sexuais”.

O Relatório Anual do Unicef 2014 destaca o contributo dado pela agência, para que adolescentes entre os 10 e os 14 anos sejam considerados como população prioritária na prevenção do HIV nos próximos cinco anos.

O Plano Estratégico Nacional de combate ao Sida abrange o período entre 2015 e 2019.