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Segundo OMS, uma entre cinco crianças não está recebendo vacinas de rotina BR

OMS: uma entre cinco crianças não recebe as vacinas de rotina. Foto: OMS/M. Winkler

Segundo OMS, uma entre cinco crianças não está recebendo vacinas de rotina

Recusa dos pais em vacinar os menores é “desafio crescente”; Organização Mundial da Saúde calcula que 1,5 milhão de crianças morrem por ano de doenças que poderiam ser prevenidas com a imunização.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.

A Organização Mundial da Saúde, OMS, está fazendo um alerta: pessoas que se recusam a tomar vacina ou a vacinar seus filhos representam um desafio cada vez maior.

Nesta terça-feira, a OMS revelou que no mundo todo, uma entre cinco crianças não recebe as vacinas de rotina, que podem salvar vidas. A agência calcula que 1,5 milhão de menores morrem todos os anos por doenças que poderiam ser evitadas com a imunização.

Hesitação

Numa edição da revista especializada “Vacina”, editada pela OMS, especialistas analisam como a atitude de  “hesitação” limita a cobertura de imunização.

Essa hesitação ocorre quando o indivíduo não aceita ou se recusa a tomar a vacina ou vacinar seus filhos, apesar da disponibilidade do serviço. A OMS destaca ser uma questão “complexa, que varia em termos de tempo, localização e tipos de vacina”.

Mitos

A agência da ONU acredita que a atitude da pessoa é influenciada por informações erradas, complacência, conveniência e confiança. A OMS lembra que imunizar apenas melhora a saúde e previnem mortes.

A OMS cita como exemplo a crise do ebola, que mostrou como engajar a comunidade e convencer indivíduos sobre mudança de hábitos é importante para interromper as transmissões. No caso da hesitação em vacinar, a tática deve ser a mesma.

Na publicação, a OMS mostra como é possível aumentar a aceitação à vacina e maneiras de tratar o problema da hesitação, que muitas vezes está relacionado a preocupações com a segurança da vacina ou mitos, como a crença de que a vacinação causa infertilidade nas mulheres.

Comunicação

Segundo os autores do estudo, não existe “uma formula mágica”, já que a magnitude do problema varia e as estratégias para combater essa hesitação precisam estar adaptadas a cada situação.

A OMS sugere que o  objetivo principal deve ser promover a aceitação às vacinas e a comunicação eficaz é chave para acabar com medos e tratar as preocupações das pessoas.

O problema não ocorre apenas em países de renda alta. Entrevistas com chefes de imunização da OMS em diferentes regiões do mundo mostraram que o problema pode afetar minorias étnicas ou comunidades em áreas remotas.

Mas residentes de áreas urbanas ricas também expressaram preocupação com a segurança da vacinação. Em algumas áreas, as preocupações eram relacionadas a subgrupos com crenças filosóficas ou religiosas.

Até o medo de agulhas pode ser um fator de recusa à vacinação e a OMS vai divulgar no próximo mês um estudo sobre a mitigação da dor.

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