Chefe da ONU lamenta alegados abusos na República Centro-Africana
Porta-voz do secretário-geral reiterou que nenhuma má conduta do tipo pode ser tolerada e pediu investigação vigorosa e completa; alegações acerca de soldados de paz foram reveladas pela Amnistia Internacional.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, expressou consternação com uma série de alegações acerca da conduta das forças de paz enviadas para a Missão das Nações Unidas na República Central Africana, Minusca.
As alegações foram reveladas pela ONG de direitos humanos Amnistia Internacional, e envolvem ações de soldados de paz em serviço na operação de paz.
Envio de Tropas
Em nota, o seu porta-voz disse que o secretário-geral declarou-se "pessoalmente desgostoso e desapontado" com os últimos relatos e com alegações dos meses recentes relativas ao período anterior ao envio das tropas da ONU.
A organização enfatiza que "uma vez mais nenhuma má conduta dessa natureza pode ser tolerada" e que "todas as alegações serão levadas extremamente a sério e investigadas vigorosamente e completamente.”
Forças Estrangeiras
As últimas alegações surgiram na sequência de uma série de outras sobre abuso sexual, no início deste ano. As denúncias envolviam forças militares estrangeiras no país.
A Minusca foi implantada na República Centro-Africana, no início de 2014, para aliviar as tensões sectárias em todo o país.
Milícias
Mais de 450 mil pessoas continuam deslocadas, devido à instabilidade que culminou com dois anos de confrontos entre elementos da antiga aliança Séléka, de maioria muçulmana, e as milícias anti-Balaka compostas por cristãos.
Milhares de centro-africanos abandonaram o país, que tem atualmente cerca de 2,7 milhões de pessoas carentes de assistência humanitária urgente.
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