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Moçambique: ONU quer fim da violência onde um terço de mulheres é vítima

Foto: ONU Mulheres

Moçambique: ONU quer fim da violência onde um terço de mulheres é vítima

Na província de Tete, 33% de mulheres e raparigas dizem ter passado pela experiência ao longo da vida;  agências da organização financiam projeto avaliado em US$ 1,5 milhão.

Ouri Pota da Rádio ONU em Maputo.

Agências das Nações Unidas anunciaram uma iniciativa para eliminar a violência a mulher e rapariga em Moçambique.

A ONU Mulheres também está à frente da aposta que pretende reduzir os atuais 33% de casos de violência contra a mulher e rapariga na província central de Tete.

Prioridade

Em conversa com a Rádio ONU em Maputo, a coordenadora nacional do projeto na ONU Mulheres, Marta Luís Cumbi, explicou porque foi dada prioridade à área. O projeto está avaliado em US$ 1,5 milhão.

“São 33% de mulheres e 25% de homens que reportaram ter sofrido de algum tipo de violência nas suas vidas. Nos como Nações Unidas tivemos esta iniciativa para trabalharmos na província de Tete, mas também porque existem empresas que estão a fazer exploração mineira. Geralmente nestes sítios há também uma violência que é decorrente do movimento de várias pessoas, nacionalidades que vão para estes sítios, então nos elegemos Tete como uma província prioritária para esta acção.”

Uma das ideias da iniciativa  é que as vítimas tenham várias opções para conter o fenómeno. O plano junta o Fundo da ONU para a Infância, Unicef, o Programa Conjunto da ONU sobre o HIV/Sida, Onusida, e o Fundo das Nações Unidas para a População, Unfpa.

Casos

“Nós estamos a trabalhar no fortalecimento da capacidade das equipas multissetoriais de atendimento integrado as vitima de violência. O nosso papel é reforçar a capacidade para que eles possam atender melhor os casos que surgem nos seus devidos postos de trabalho, mas também despertar atenção das próprias vitimas para saberem solicitar serviços em caso de violência onde podem ir para receber tratamento adequado, então com esta capacidade acrescida estes setores vão poder fazer melhor o que já estão a fazer.”

Marta Cumbi defende que o apoio não deve ser apenas para as vítimas, mas estendido também aos que praticam o tipo de violência.

Comunidades

“Mesmo o próprio agressor precisa de ajuda, portanto não é suficiente lidar só com a vítima, é verdade que esta é a prioridade, mas também trabalhando com o agressor para ver se muda de atitude acho que poderia ajudar muito nesta questão de redução da violência nas nossas comunidades e nas famílias.

As agências da ONU garantem apoio técnico e financeiro para o projeto. Em 2013, as Nações Unidas definiram a eliminação da violência contra a mulher e rapariga como área prioritária das suas ações.

*Apresentação: Eleutério Guevane.