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Cruz Vermelha: 70 anos depois, explosões atômicas no Japão “ainda ecoam” BR

Ban Ki-moon em visita ao Memorial da Paz em Hiroshima, Japão. Foto: ONU/Eskinder Debebe

Cruz Vermelha: 70 anos depois, explosões atômicas no Japão “ainda ecoam”

Bombardeios nas cidades Hiroshima e Nagasaki completam sete décadas; segundo a instituição, hospitais da Sociedade Japonesa da Cruz Vermelha ainda estão tratando impactos de longo prazo na saúde de milhares de sobreviventes.

Laura Gelbert, da Rádio ONU em Nova York.

Setenta anos após os bombardeios atômicos em Hiroshima e Nagasaki, hospitais da Sociedade Japonesa da Cruz Vermelha ainda estão tratando impactos de longo prazo na saúde de milhares de sobreviventes.

Segundo a instituição, o câncer é a causa da morte de dois terços entre eles.

Catástrofe

Há 70 anos, em 6 de agosto de 1945, a cidade japonesa de Hiroshima foi atingida por uma bomba nuclear americana, deixando milhares de mortos, em um dos episódios mais marcantes da II Guerra Mundial.

O bombardeio em Nagasaki foi alguns dias depois, em 9 de agosto de 1945.

O presidente do Comitê Internacional da Cruz Vermelha afirmou que mesmo após tantas décadas, ainda é possíve ver “o impacto catastrófico na saúde” causado pelo uso de armas nucleares nestas duas cidades.

Peter Maurer questiona qual “argumento poderia ser mais convincente para a eliminação completa de armas nucleares, já que a maioria das bombas nos arsenais de Estados com armas nucleares é mais poderosa e destrutiva atualmente?”

Sobreviventes

Com cerca de 200 mil sobreviventes, a expectativa é de que milhares continuem precisando de tratamentos para doenças relacionadas à radiação nos próximos anos.

Segundo a instituição, o “impacto psicológico” dos bombardeios continua a “assombrar” até os sobreviventes que não estão fisicamente doentes.

Apenas no ano passado, os hospitais da Cruz Vermelha Japonesa para sobreviventes das bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki trataram 4.657 e 6.030 pessoas, respectivamente.

Tratado

A sociedade Japonesa da Cruz Vermelha tem administrado hospitais para sobreviventes da bomba atômica em Hiroshima desde 1956 e em Nagasaki desde 1969.

Juntos, os hospitais tiveram mais de 2,5 milhões de atendimentos ambulatoriais e mais de 2,6 milhões de internações de sobreviventes.

Segundo a Cruz Vermelha, os 70 anos dos bombardeios atômicos acontecem apenas meses após a “falha” da Conferência de Revisão das Partes do Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares em chegar um acordo em direção à sua eliminação.

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