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Wagner Moura nomeado embaixador da ONU contra a escravidão moderna BR

Wagner Moura nos estúdios da ONU. Foto: Rádio ONU/Denise Costa

Wagner Moura nomeado embaixador da ONU contra a escravidão moderna

Organização Internacional do Trabalho, OIT, escolheu o ator brasileiro para ser o rosto de uma campanha global de mobilização contra o trabalho escravo; em entrevista à Rádio ONU, ele afirmou se sentir “feliz e comprometido” com a nomeação.

Laura Gelbert, da Rádio ONU em Nova York.

O ator brasileiro Wagner Moura foi nomeado, esta quarta-feira, embaixador da Organização Internacional do Trabalho, OIT, contra o trabalho escravo. Ele foi escolhido para divulgar uma campanha global sobre a causa, batizada de “50 for Freedom”.

Moura esteve em Nova York em julho, e durante uma entrevista à Rádio ONU, o ator adiantou sua expectativa sobre ser nomeado para liderar a causa contra as formas modernas de escravidão.

Zonas Rurais

“Eu me sinto muito feliz, muito comprometido com isso. Esse é um assunto que, para mim, sempre foi muito importante. Eu venho de uma zona, minha família toda vem de uma zona rural do sertão da Bahia, onde a regulamentação do trabalho é sempre feita de uma forma canhestra. Claro que houve, sempre há, muitos avanços, mas crianças trabalham para ajudar suas famílias, em alguns lugares o trabalho escravo é uma realidade. O Brasil é um país cheio de latifúndios em que a zona rural é sempre um foco potencial do uso de trabalho escravo.”

O ator colabora com a OIT desde 2013, quando apoiou a campanha Cartão Vermelho, contra o trabalho infantil.

Segundo o diretor regional da OIT para América Latina e o Caribe, “Wagner Moura é reconhecido pelo seu envolvimento no combate ao trabalho forçado no Brasil” e, por isso, a agência está feliz “em ter sua ajuda para aumentar a conscientização sobre esta questão"

Milhões

Segundo José Manuel Salazar-Xirinachs, “atualmente existem 21 milhões de mulheres, crianças e homens em todo o mundo que são vítimas da escravidão moderna”. Segundo dados da OIT, na América Latina existem 1,8 milhão de pessoas vítimas do trabalho forçado.

Em junho de 2014, a Conferência Internacional do Trabalho da OIT votou com uma enorme maioria a adoção de um novo instrumento internacional, o Protocolo à Convenção sobre o Trabalho Forçado de 1930.

Campanha Global

Em 12 de junho de 2015, a OIT lançou a campanha 50 for Freedom. Esta campanha global tem como objetivo aumentar a conscientização sobre o trabalho forçado e mobilizar o apoio do público para conseguir com que pelo menos 50 países ratifiquem o Protocolo até 2018.

“Esse convite da ILO (sigla em inglês da OIT) fez muito sentido, faz muito sentido. Faz sentido para mim estar trabalhando nisso num âmbito maior. Então, estou muito feliz. É uma coisa que eu tenho muito interesse em trabalhar o máximo que eu possa para que essa parceria e essa campanha específica, o ‘50 for Freedom’, seja bem sucedida”

A campanha foi lançada pelo Prêmio Nobel da Paz de 2014, Kailash Satyarthi, e pelo Diretor-Geral da OIT, Guy Ryder, durante um evento no Conselho de Direitos Humanos, na sede da ONU em Genebra.

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