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FMI confirma previsão de crescimento de Moçambique de 7% este ano

Baixa do valor das matérias-primas. Foto: ONU/Brownie Harris

FMI confirma previsão de crescimento de Moçambique de 7% este ano

Relatório indica que inflação deve manter-se baixa; expansão deve rondar os 7,5% e 8%  a longo prazo; petróleo e gás devem atrair investimentos de US$ 100 mil milhões nos próximos 10 anos.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

O Fundo Monetário Internacional, FMI, disse prever um crescimento económico para Moçambique  até 7% em 2015. A estimativa está 0,5% abaixo das previsões anteriores.

Um dos principais motivos é o efeito das inundações ocorridas no início do ano. Mas o impacto negativo do fenómeno na produção agrícola foi menos grave do que o antecipado.

Inflação

Em relatório, publicado em Washington, o órgão sublinha que a inflação deve manter-se baixa este ano.

O FMI refere ainda que mesmo com o considerável ajustamento fiscal, o crescimento deve manter-se forte. A expansão deve ser apoiada pelo dinamismo nas atividades das áreas dos transportes, das comunicações e dos serviços.

É esperado um ajustamento nas políticas para responder a derrapagens ocorridas em torno das eleições e pressões na balança de pagamentos devido aos baixos preços das matérias-primas.

Estabilidade

Entretanto, o órgão recomenda um ajuste fiscal, uma maior flexibilidade da taxa de câmbios e uma forte gestão de liquidez para preservar a estabilidade macroeconómica e para que o país continue a atrair o investimento estrangeiro.

O objetivo é apoiar o crescimento nos setores do petróleo e de gás, nos quais se preveem investimentos de US$ 100 mil milhões na próxima década.

Matérias-primas

De acordo com o FMI, espera-se um abrandamento da expansão da produção mineira devido à redução dos preços internacionais das matérias-primas. A médio prazo, o crescimento económico deve manter-se entre 7,5% e 8% apoiado pelo gás natural.

Apesar da depreciação do metical no primeiro trimestre deste ano, espera-se uma aceleração da inflação moderada devido à rápida recuperação das cheias, aos baixos preços internacionais e ao rigor nas políticas financeiras durante o ano.

O FMI realça a localização estratégica do país na África Austral com uma "posição central nas principais rotas comerciais", como fator que deve permitir atrair o investimento estrangeiro direto em outros setores.

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