Perspectiva Global Reportagens Humanas

ONU: número de vítimas civis no Afeganistão continua em níveis recordes BR

Base da Missão de Assistência da ONU no Afeganistão, Unama. Foto: ONU/Christophe Verhellen.

ONU: número de vítimas civis no Afeganistão continua em níveis recordes

Calcula-se que 1.592 pessoas morreram na primeira metade de 2015; dados  constam de um novo relatório das Nações Unidas divulgado nesta quarta-feira.

Laura Gelbert, da Rádio ONU em Nova York.

O conflito no Afeganistão continua a ter grande impacto nos civis nos primeiros seis meses de 2015.  Durante o período houve 4.921 vítimas civis, sendo 1.592 mortos e 3.329 feridos. Isto representa um aumento de 1% no número total de vítimas civis em relação ao mesmo período de 2014.

Os dados estão um relatório divulgado esta quarta-feira pela Missão de Assistência das Nações Unidas no Afeganistão, Unama, e o Escritório de Direitos Humanos da ONU.

Insegurança

A grande maioria, ou 90%, resultou de combates no terreno, de explosivos improvisados, de ataques complexos e suicidas além de assassinatos seletivos.

Segundo o alto comissário para Direitos Humanos da ONU, o relatório menciona o “sofrimento prolongado” dos civis no Afeganistão, que continuam a suportar grande impacto do conflito armado.

Para Zeid Al Hussein, os civis no país ainda vivem em situação de “insegurança e incerteza” sobre se uma ida ao banco, tribunal ou festa de casamento “pode ser sua última”.

Impunidade

Ele afirmou que impunidade por graves violações de direitos humanos e direito humanitário internacional tem “reinado por muito tempo no Afeganistão”, alimentando o ciclo de violência.

Zeid Al Hussein afirmou serem necessárias medidas “urgentes e concretas” sobre prestação de contas para interromper este ciclo.

Mulheres e Crianças

Nos primeiros seis meses de 2015, a Unama registrou um aumento de 23% no número de mulheres vítimas e 13% no total de crianças.

O relatório descreve passos fundamentais que podem ser tomados pelas partes em conflito para proteger civis.

Leia mais:

Nações Unidas condenam explosão de bomba no norte do Afeganistão