Escritório dos Direitos Humanos revela haver mais pessoas que tentam escapar das montanhas Hamrin, no nordeste do Iraque; riscos durante viagens longas incluem morte em emboscadas e nas mãos de francoatiradores.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
O Escritório das Nações Unidas para os Direitos Humanos informou que recebe relatos que mencionam a "repressão violenta" dos que tentam fugir das áreas controladas pelo autoproclamado Estado Islâmico do Iraque e do Levante, Isil.
Esta terça-feira, a entidade revelou que cada vez mais pessoas procuram escapar das montanhas Hamrin, no nordeste do Iraque. A viagem através das montanhas e para as cidades de Tikrit, Al-Alam e Kirkuk é considerada "muito difícil".
Famílias
A jornada dura entre oito e 12 horas, em tempo muito quente e atravessa "áreas desabitadas, sem sinalização nem estradas pavimentadas". O escritório fala também de emboscadas de homens armados do grupo contra os fugitivos, além de francoatiradores que supostamente atacaram e mataram os presos.
A nota menciona a morte de pelo menos quatro famílias no princípio de julho, incluindo crianças e idosos, após terem tentado viajar sem guia e com poucos mantimentos.
Entre 10 e 12 de julho, três taxistas teriam sido executados em Shirqat, supostamente por ajudar moradores a passar através de Hamrin. Várias outras famílias foram sequestradas pelo Isil a caminho de Tikrit e Al-Alam.
Escavadeira
A nota destaca que continua a perseguição aos que são considerados opositores à ideologia e ao domínio do grupo "com violência vil". No incidente mais mortífero, nove pessoas foram executadas por uma escavadeira no centro de Mossul.
O escritório revela ainda que uma rádio transmitiu as razões das mortes e noticiado que estes teriam supostamente dado informações e colaborado as Forças de Segurança iraquianas e as milícias Peshmerga.
Explosivos
Em todo o país, há também um "número crescente de vítimas civis" devido ao uso de carros armadilhados e de dispositivos explosivos improvisados. As mortes e ferimentos ocorrem em incidentes diários em cidades que incluem a capital Bagdad.
O escritório adverte que qualquer ataque intencional direto contra civis é considerado uma violação grave do direito internacional humanitário.
Todas as partes do conflito foram instadas a garantir que os civis sejam protegidos, que têm livre acesso às instalações médicas e a assistência humanitária. O outro pedido é que seja permitido que estes deixem as áreas afetadas pela violência com segurança e dignidade.