Jorge Sampaio “diz que obrigação coletiva é proteger os indefesos” BR

Ex-presidente de Portugal recebeu o Prêmio Mandela pelo seu trabalho pela restauração da democracia do país; objetivo da homenagem é reconhecer as realizações dos que dedicam a vida a serviço da humanidade.
Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova York.
O ex-presidente de Portugal, Jorge Sampaio, recebeu esta sexta-feira o Prêmio Mandela durante uma cerimônia realizada nas sede das Nações Unidas, em Nova York.
No evento, Sampaio afirmou que nenhuma palavra pode expressar seus sinceros agradecimentos por esta grande honra.
Obrigação Coletiva
No discurso, o ex-presidente de Portugal disse que “o mundo tem a obrigação coletiva de proteger os indefesos, defender os direitos humanos e os que estão sofrendo em zonas de guerra, em risco ou os que estão em situações vulneráveis”.
Segundo Sampaio, “não há outra opção se não ter a ONU comandando esse processo”.
Ele mencionou que “atualmente o mundo enfrenta tempos difíceis. As maiores conquistas da humanidade parecem estar em risco”.
O líder português disse que “o reconhecimento universal da dignidade e dos direitos iguais para todos, como base da liberdade, da justiça e da paz, também parecem estar ameaçados”.
Sampaio citou as palavras de Nelson Mandela para dizer que não precisa ser dessa forma. O ex-líder sul-africano disse que “A maior glória em viver não está em nunca cair, mas sim em levantar cada vez que caímos”.
Países Lusófonos
O ex-presidente dedicou o prêmio à Portugal e aos portugueses afirmando que eles são “fortes, generosos, resilientes, tolerantes, mente aberta e cooperativos.
Sampaio disse também que estava orgulhoso com o fato de “metade” do primeiro Prêmio Mandela falar português e fez uma homenagem a todos os países lusófonos.
Ele citou então o Brasil, Moçambique, Angola, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Guiné-Bissau e Timor-Leste.
O presidente da Assembleia Geral, Sam Kutesa, também falou sobre a homenagem a Jorge Sampaio.
Kutesa disse que o ex-presidente português já demonstrou um longo compromisso com a liberdade, com os direitos humanos, com a democracia e com a paz.
Ele afirmou que Sampaio trabalhou durante os anos 60 e 70 na defesa de prisioneiros políticos e depois serviu na Comissão de Direitos Humanos europeia.
Kutesa lembrou que durante seu período na presidência de Portugal lidou com várias questões internacionais, incluindo o combate ao HIV/Aids, às drogas e direitos das crianças.
Além de Sampaio, a outra vencedora do Prêmio Mandela foi Helena Ndume, uma oftalmologista da Namíbia.
Ndume tem trabalhado no tratamento da cegueira e de doenças relacionadas à visão, tanto na Namíbia como em outros países em desenvolvimento.
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