Unicef: “prioridade é levar crianças de volta à escola no Iêmen” BR

Agência da ONU afirmou que 1,8 milhão de estudantes deixaram de frequentar as salas de aula por causa do conflito no país; desde março, violência já matou 365 menores e mais de 3,6 mil colégios estão fechados.
Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova York.
O Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, afirmou esta sexta-feira que a prioridade é levar as crianças de volta às escolas no Iêmen.
Segundo a agência da ONU, há pelo menos dois meses, 1,8 milhão de estudantes não entram numa sala de aula por causa dos conflitos no país.
Impacto
A violência contínua no Iêmen está tendo um impacto arrasador no sistema de educação e nas chances de aprendizado para milhões de crianças.
Desde março, os bombardeios realizados no país causaram a morte de 365 menores de idade e o fechamento de mais de 3,6 mil escolas.
O porta-voz do Unicef, Christophe Boulierac, disse que a reabertura dos colégios é uma prioridade porque ajuda a evitar o recrutamento das crianças por grupos armados e também ajuda a criar um ambiente de normalidade.
O Unicef está prestando assistência direta a mais de 200 mil alunos para que eles possam encerrar o ano letivo.
Segurança
A agência pediu a todos os lados do conflito que respeitem a segurança das escolas e que deem uma chance para que as crianças possam aprender.
O Ministério da Educação iemenita está ajudando a mobilizar uma quantidade suficiente de professores para que possam dar aulas. O problema é que muitos deles fugiram do país por causa da violência.
O próximo ano letivo começará em setembro, mas segundo o Unicef, tudo vai depender da situação da segurança na época.
Antes do conflito, o índice de crianças matriculadas nas escolas era de 79% e 2 milhões de menores em idade escolar estavam fora das salas de aula devido a vários fatores como pobreza, discriminação ou baixa qualidade de ensino.
O Unicef está pedindo US$ 11 milhões, mais de R$ 35 milhões, para reformar escolas danificadas, fornecer materiais didáticos e treinar professores e trabalhadores comunitários para que eles possam oferecer apoio psicossocial aos estudantes.
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