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General fala de contribuição brasileira no combate a gangues no Haiti BR

Tropa da ONU no Haiti. Foto: Minustah

General fala de contribuição brasileira no combate a gangues no Haiti

Comandante da Minustah disse que no país caribenho foram executadas táticas desenvolvidas no Brasil; segundo o militar, experiência haitiana produziu soldados brasileiros que considera seres humanos aperfeiçoados.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

As forças de paz da Missão das Nações Unidas no Haiti, Minustah, estão numa fase de transição. De novembro a junho passados, metade do contingente deixou a região que conta agora com 2.370 boinas azuis no país.

Em entrevista à Rádio ONU, em Porto Príncipe, o general brasileiro José Luiz Jaborandy Jr. falou da experiência de defender os civis haitianos tendo como foco a luta contra gangues armadas.

Criminalidade

Nesse campo, o militar citou pontos comuns entre as realidades de combate à violência e à criminalidade no Haiti e no Brasil, país que tem o maior contingente atuando no território haitiano há 11 anos.

"Os ambientes, as situações, as aproximações e a doutrina são completamente diferentes entre o Haiti e o Brasil. Em algumas partes do Brasil, temos realidades muitas parecidas a do Haiti, é verdade. A realidade da criminalidade, da falta de infraestrutura, do povo pobre, da instalação e do domínio da criminalidade. Mas as situações são completamente distintas, apesar das possíveis semelhanças em termos de violência e criminalidade."

Estado de Direito

O comandante disse que para que as táticas implementadas no Haiti possam vir a ser executadas em território brasileiro, há que ter em conta situações como o Estado de direito, as regras e o contexto legal que são distintos.

Em outubro, o Conselho de Segurança deve analisar a presença militar da ONU no Haiti. O general revelou como a experiência de atuação no país será aproveitada se houver uma decisão de retirada das tropas brasileiras.

Problemas

"Seres humanos aperfeiçoados com o coração e a mente elevados. Então, o Brasil só ganhou. Para nós militares, foi possível desenvolver e experimentar uma doutrina própria. Essas doutrinas de missão de paz, essa forma de lidar com os problemas, aqui no Haiti, foram desenvolvidas no Brasil e foram experimentadas aqui."

Neste momento, a força de soldados de paz da Minustah é composta por cidadãos de 11 países-membros além de oficiais do Estado-maior ou de apoio de 17 nações. O componente militar tem integrantes de 20 nacionalidades.

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