Em Adis Abeba, Ban Ki-moon discutiu situação do país com primeiro-ministro da Etiópia e presidente da Comissão da União Africana; líder da ONU repete apelo por fim do conflito e por assinatura de um acordo político.
Leda Letra, da Rádio ONU em Nova Iorque.
O secretário-geral das Nações Unidas voltou a repetir esta segunda-feira seu apelo por um fim do conflito no Sudão do Sul. Ban Ki-moon está em Adis Abeba, capital da Etiópia, e reuniu-se com o primeiro-ministro do país Hailemarian Desalegn e com a presidente da Comissão da União Africana, Nkosazana Dlamini Zuma.
Os três discutiram a situação no país mais novo do mundo, uma vez que o Sudão do Sul completou quatro anos de independência na passada quinta-feira.
Povo
Após o encontro, Ban concedeu declarações aos jornalistas e repetiu seu pedido ao presidente sul-sudanês, Salva Kiir, e ao ex-vice Riek Machar, para que “parem a guerra em prol do povo e do futuro do país”.
O secretário-geral diz ser urgente que os líderes do Sudão do Sul firmem um acordo político e cumpram a promessa de proteger a população. Ban lembrou que as condições humanitárias estão a piorar, porque 4,6 milhões de pessoas enfrentam a fome.
Atrocidades
Na capital etíope, o chefe da ONU afirmou estar “profundamente perturbado com o nível de violência e de atrocidades cometidas contra os civis”. Às partes em conflito, Ban Ki-moon lembrou que os autores de “sérias violações dos direitos humanos serão processados”.
Ao presidente e ao ex-vice-presidente do Sudão do Sul, Ban ressaltou que “liderança significa firmar compromissos, a incluir fim dos confrontos, dos assassinatos e dos estupros e fim à destruição do país.”
Cooperação
Ao ser questionado sobre a possível retirada do país de mais um funcionário da ONU, Ban Ki-moon disse que a questão está a ser analisada, mas lembrou que espera das autoridades do Sudão do Sul total cooperação com as Nações Unidas.
No final de maio, o governo decidiu expulsar o coordenador humanitário da ONU no país, Toby Lanzer. O secretário-geral lembrou que a organização faz todo o possível para ajudar os civis, uma vez que mais de 150 mil pessoas pediram abrigo nas bases da ONU no Sudão do Sul.
Segundo Ban Ki-moon, a posição é difícil, uma vez que a ONU nunca foi planeada para acomodar tantos deslocados internos.
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