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Etiópia recebe Conferência sobre Financiamento para o Desenvolvimento

Ban Ki-moon na abertura da Terceira Conferência sobre Financiamento para o Desenvolvimento. Foto: ONU/Eskinder Debebe

Etiópia recebe Conferência sobre Financiamento para o Desenvolvimento

Na abertura do encontro internacional em Adis Abeba, secretário-geral da ONU fala sobre importância de mudar padrões de consumo; representante de ONG em Moçambique destaca financiamento feito por multinacionais.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova Iorque.*

O secretário-geral da ONU reafirmou esta segunda-feira que 2015 é o “ano de ação global”, mas lembrou que as promessas feitas no papel só serão cumpridas se houver recursos financeiros.

Ban Ki-moon discursou na abertura da Terceira Conferência sobre Financiamento para o Desenvolvimento, em Adis Abeba, capital da Etiópia.

Recursos

O secretário-geral acredita que o modelo de financiamento precisa ser actualizado, porque a população global está a aumentar, ao mesmo tempo em que os recursos estão cada vez mais limitados.

Ban lembrou que as soluções dependem do uso de todas as fontes de renda: pública, privada, doméstica e internacional.

Produção e Consumo

O secretário-geral afirmou ser essencial reforçar políticas públicas e marcos regulatórios e aumentar os incentivos financeiros para que ocorram mudanças nos padrões de consumo e de produção.

Também participam da Conferência sobre Financiamento para o Desenvolvimento representantes de instituições financeiras, do sector privado, de ONGs e da sociedade civil.

Moçambique

Em Adis Abeba, a Rádio ONU ouviu o director para Moçambique da ONG Action Aid. Amade Sucan explicou que com a descoberta de reservas de gás e de petróleo, o país está a atrair o interesse dos investidores estrangeiros, o que na opinião de Sucan, necessita de mais discussão.

“Moçambique abriu-se ao financiamento externo, mas o próprio país não está preparado para a discussão em detalhe e tirar os melhores benefícios desses acordos com as multinacionais que estão a operar em Moçambique. É importante o debate sobre os elementos de pagamento de impostos, da negociação de contratos e do financiamento ao desenvolvimento.”

Com a conferência, as Nações Unidas esperam que seja estabelecido um ambiente económico internacional onde esforços nacionais e políticas públicas sejam apoiados por investimentos do sector privado.

*Com reportagem de Priscilla Lecomte, enviada especial da Rádio ONU a Adis-Abeba.

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