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Chefe da Unrwa afirma que causas da crise em Gaza permanecem sem solução BR

Crianças em acampamento para refugiados em Gaza. Foto: Unicef Palestina/Eyad El Baba

Chefe da Unrwa afirma que causas da crise em Gaza permanecem sem solução

Comunicado de Pierre Krahenbul foi emitido nesta quarta-feira; conflito do ano passado entre israelenses e palestinos começou em julho e durou 51 dias; perdas econômicas chegam a US$ 1,7 bilhão.

Laura Gelbert, da Rádio ONU em Nova York.

As causas do conflito do ano passado em Gaza permanecem sem solução apesar da crescente crise humanitária na área.

O alerta foi feito pelo chefe da Agência das Nações Unidas de Assistência a Refugiados Palestinos, Unrwa, nesta quarta-feira.

Cicatrizes

Em um comunicado, Pierre Krahenbul declarou que o “desespero, a miséria e a negação da dignidade resultantes da guerra do ano passado e do bloqueio continuam um fato na vida das pessoas comuns em Gaza”.

O chefe da Unrwa afirmou que as “cicatrizes físicas e psicológicas” são vistas por toda a parte.

O conflito de 51 dias do ano passado causou a morte de 1.462 civis, incluindo 551 crianças, e deixou milhares de feridos na Faixa de Gaza. Seis civis israelenses, incluindo uma criança, também foram vítimas das hostilidades.

Segundo dados da ONU, o conflito causou quase US$ 1,4 bilhão em danos diretos e indiretos e US$ 1,7 bilhão em perdas econômicas ao território palestino.

Desemprego

Gaza tem hoje a maior taxa de desemprego do mundo, com mais de 60% dos jovens sem trabalho . A insegurança alimentar afeta 73% da população e mais de 80% dos palestinos dependem de assistência humanitária para viver.

A eletricidade é disponível entre oito a 12 horas por dia, afetando também o suprimento de água.

Krahenbul afirmou ainda que é preciso uma “ação política firme” em diversas frentes para “alcançar a necessária mudança de paradigma na Faixa”. Ele mencionou começar com o fim do bloqueio, “garantindo direitos e segurança a todos, permitindo aumento das exportações de Gaza para estimular recuperação econômica e liberdade de movimento para os civis”.

O chefe da Unrwa afirmou que “apesar de algumas medidas terem sido tomadas em semanas recentes, elas estão aquém do que é necessário para levar mudança fundamental na vida da população”.

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