Após ébola, painel avalia que OMS precisa voltar a ser “guardiã da saúde”
Especialistas independentes tinham a tarefa de verificar a resposta da agência ao surto de ébola na África Ocidental; destacada necessidade do aumento do apoio político e financeiro dos países-membros.
Leda Letra, da Rádio ONU em Nova Iorque.
A Organização Mundial da Saúde, OMS, recebeu o relatório do painel de especialistas independentes que tinha a tarefa de avaliar a resposta da agência ao surto de ébola.
Para o painel, a OMS “necessita se restabelecer como guardiã da saúde pública global”, o que vai necessitar de “muitas mudanças” para o futuro. Outra recomendação é para que os países reforcem seu apoio político e financeiro à agência da ONU.
Falhas
O relatório esclarece ser um “momento definitivo para a OMS e para o sistema global de saúde”. Segundo os especialistas, a crise de ébola demonstrou falhas no funcionamento da OMS e nas regulações internacionais, que precisam ser reforçadas.
O texto também destaca que “o mundo simplesmente não pode sustentar outro período sem ação até que a próxima crise de saúde ocorra”.
Dinheiro
Sobre financiamento, o painel pede que os países aumentem em 5% suas contribuições monetárias à OMS. O fundo de apoio a crises de saúde de emergência necessita ter US$ 100 milhões, sugere o relatório.
A OMS informou que fará em agosto uma reunião para discutir com Estados-membros as recomendações do painel, como o estabelecimento de um nível intermediário de alerta em casos de emergências internacionais.
Futuro
A agência destacou, entretanto, que já está a seguir algumas estratégias, como o desenvolvimento de uma força de trabalho global para emergências de saúde e um fundo monetário de contingência.
Em janeiro, a OMS e os países decidiram estabelecer um painel de especialistas para avaliar a resposta ao ébola. O surto afectou mais de 27,5 mil pessoas, com 11 mil mortes, a maioria na África Ocidental.