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FAO preocupada com desnutrição crónica em Moçambique

Produção de leguminosas aumentou. Foto: PMA/Moçambique

FAO preocupada com desnutrição crónica em Moçambique

Ministério da Agricultura destaca que produção de leguminosas e de cereais aumentou no país; mas problema da desnutrição afecta mais de 40% das crianças menores de cinco anos de idade.

Ouri Pota, da Rádio ONU em Maputo.

Moçambique conseguiu alcançar o primeiro Objetivo de Desenvolvimento do Milénio, porque reduziu para a metade o número de pessoas que passam fome. Segundo dados do Ministério da Agricultura, a produção de leguminosas no país aumentou em 36%.

Os agricultores do país também conseguiram aumentar a produção de cereais em quase 14% e de raízes e tuberculoes em 7,6%. Mas apesar desses resultados, prevalecem desafios do combate à fome.

Indicadores

A opinião é do representante em Moçambique da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO. Em Maputo, Castro Camarada falou à Rádio ONU.

“A proporção daqueles que não têm alimentos suficientes é ainda considerável neste país, acima de tudo a desnutrição crónica, especialmenete em crianças abaixo dos cinco anos, porque ainda tem indicadores bastante elevados. Nós das Nações Unidas estamos preocupados com a agenda da desnutrição. O próprio governo também está preocupado, porque tem no seu plano um indicador que pretende ver os níveis de destrunição crónica mais baixo no próximo quinquénio.”

Para Castro Camarada, representante da FAO em Moçambique, o sector agrícola joga um papel importante na economia.

Transformação

“É um sector chave, digamos com um crescimento económico realmente alargado. Pode ter um impacto muito grande no emprego, inclusive dos jovens e da população, especialente no  meio rural e pode ser um motor de transformação económico e social, apoiando um sector agro-industrial e contribuindo de uma forma mais significativa para o Produto Interno Bruto de Moçambique.”

Segundo dados do Fundo da ONU para Infância, Unicef, a desnutrição crónica afeta 43% das criança moçambicanas menores de cinco anos, sendo uma das várias causas de morte entre os menores.