Em 4 anos de independência, Sudão do Sul tem 2,2 milhões de deslocados
Levantamento das Nações Unidas mostra que total de refugiados e de desalojados continua a subir; país marca na quinta-feira os quatro anos desde que tornou-se independente do Sudão.
Leda Letra, da Rádio ONU em Nova Iorque.
Na próxima quinta-feira, 9 de julho, o Sudão do Sul completa quatro anos de independência. Mas o total de refugiados e desalojados no país mais novo do mundo continua a subir, segundo a Agência da ONU para Refugiados, Acnur.
Mais de 730 mil pessoas fugiram para países vizinhos e 1,5 milhão de sul-sudaneses abandonaram suas casas e agora vivem deslocados em outras zonas do país.
Onda de Violência
Ao mesmo tempo, o Sudão do Sul continua a receber refugiados do Sudão: mais de 250 mil pessoas, que deixaram principalmente os estados do Nilo Azul e Kordofan Sul.
O Acnur lembra que a “guerra civil e a violência começaram a meados de dezembro de 2013”. Esforços políticos para acabar com o conflito não deram resultado.
Fronteiras
Nas últimas semanas, a agência observou o aumento da violência dos estados da Unidade e Alto Nilo, sendo que fortes combates forçaram milhares de sul-sudaneses a fugir para matas ou áreas de difícil acesso para entrega de ajuda humanitária.
O Acnur destaca que os países vizinhos ao Sudão do Sul mantêm suas fronteiras abertas e 90% dos refugiados são mulheres e crianças. Todos os dias chegam à Etiópia cerca de 180 sul-sudaneses e o país já abriga 275 mil.
Financiamento
Somente em junho, mais de 38 mil sul-sudaneses entraram no Sudão principalmente pelos estados de Nilo Branco, Cartum, Kordofan Sul e Kordofan Oeste.
O Sudão abriga 188 mil refugiados da nação vizinha, que juntaram-se a 350 mil sul-sudaneses que preferiram permanecer no Sudão mesmo após a independência.
Uganda e Quénia são as outras nações que mais recebem civis do Sudão do Sul, de acordo com o Acnur. Falta dinheiro para os programas de assistência e a agência da ONU está a pedir US$ 810 milhões para poder proteger os refugiados sul-sudaneses.
As prioridades são fornecer abrigo e serviços básicos, como saúde, água e comida. Cerca de 60% das crianças refugiadas não têm acesso ao ensino primário e apenas 15% dos adolescentes estão a frequentar a escola.
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