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OMS chama atenção para cólera na Tanzânia e no Sudão do Sul

Vacinas orais são eficazes. Foto: OMS/A. Ngethi

OMS chama atenção para cólera na Tanzânia e no Sudão do Sul

Casos suspeitos ou confirmados na Tanzânia ultrapassam 4,7 mil, enquanto no Sudão do Sul, são mais de 630 num surto que está a afectar 75 vilarejos; agência diz tratar-se de grande preocupação de saúde pública para governos.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova Iorque.

A Organização Mundial da Saúde, OMS, está a fazer um alerta sobre a ameaça de uma epidemia de cólera, que deve ser uma “grande preocupação de saúde pública para governos” e para a comunidade internacional.

Esta segunda-feira, a agência destacou que os surtos no Sudão do Sul e na Tanzânia estão ligados à insegurança e aos deslocamentos de pessoas. O total de casos suspeitos ou confirmados na Tanzânia ultrapassa os 4,7 mil, registados desde o início de maio.

Vacinas

Já o Sudão do Sul registou mais de 630 casos, sendo que 30 pacientes com cólera morreram. O país tem 75 vilarejos afectados pela infeção, muitos em Juba.

A OMS informa que o uso de vacinas orais está a ser um meio eficaz de controlo da cólera e programas de vacinação estão a ocorrer nas comunidades em risco.

Haiti

Em outros dois países, o Iémen e o Nepal, a agência da ONU trabalha com autoridades locais na preparação para um possível surto de cólera e também para tratar de casos de diarreia aguda.

Mas o país com mais casos é o Haiti, que registou quase 734 mil pessoas com cólera desde outubro de 2010. Somente neste ano, foram mais de 17,8 mil casos e 150 mortes.

A cólera é uma infeção intestinal aguda causada pela ingestão de comida ou de água contaminada com a bactéria Vibrio cholerae. O período de incubação é curto, entre um a cinco dias.

Sintomas

A OMS explica que a batéria causa diarreia e vómitos, podendo levar à desidratação severa e à morte, caso o paciente não seja tratado rapidamente.

Para o controlo da cólera, a OMS está a reforçar sua colaboração com parceiros internacionais em três situações. A primeira, em condições endémicas, onde a doença é forte em comunidades, como em regiões da República Democrática do Congo.

A segunda é em surtos repentinos, quando a vacinação mostra-se ser a resposta mais eficaz, como na Guiné-Conacri e no Malaui.

Saneamento

E a terceira alternativa é quando a cólera surge como consequência de uma crise humanitária, como no Sudão do Sul e na Tanzânia, onde milhares de deslocados foram vacinados contra a infeção.

Além da vacina oral, práticas de higiene e saneamento e consumo de água potável são essenciais para evitar a cólera, informa a OMS.

Graças a uma contribuição de parceiros como a Fundação Bill e Melinda Gates, da Fundação Elma de Vacinas e a União Europeia, foram disponibilizadas 2 milhões de doses de vacina desde 2013, mas é possível que o total suba para 3 milhões neste ano.

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