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Na ONU, ministro do Ambiente de Portugal destaca economia e clima

Jorge Moreira da Silva, ministro do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia de Portugal. Foto: Missão de Portugal junto às Nações Unidas.

Na ONU, ministro do Ambiente de Portugal destaca economia e clima

Jorge Moreira da Silva falou à Rádio ONU que crise financeira não afetou as ações do país de combate às alterações climáticas; representante português também falou das expectativas para encontro sobre o clima em dezembro, em Paris.

Laura Gelbert, da Rádio ONU em Nova Iorque.*

O ministro do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia de Portugal, participou do evento de alto nível sobre o clima na sede da ONU e afirmou que o país “já estabeleceu metas mais ambiciosas para 2030”.

Em entrevista à Rádio ONU, Jorge Moreira da Silva destacou ainda a economia verde e afirmou que a crise financeira não afetou as ações do país nas questões de mitigação e adaptação às mudanças climáticas.

Postos de Trabalho

Ele disse que, “pelo contrário”, a crise os obrigou a “focar nos investimentos e naqueles setores que são produtivos”.

"E em Portugal concluiu-se que a aposta na área do ambiente e na área da energia não resulta apenas na necessidade de proteger o meio ambiente, mas resulta também das grandes oportunidades económicas e de criação de emprego associadas a este investimento. Por exemplo, Portugal quando estabelece objetivos mais ambiciosos para 2020 e para 2030, aquilo que antecipamos é a duplicação dos postos de trabalho verdes associados à essa ambição ou, o que antecipamos é a duplicação do PIB verde até 2030. Portanto, a nossa constatação é que mais ambição ambiental corresponde a maiores benefícios económicos e sociais”.

O ministro disse que Portugal é um dos países mais afetados pelas consequências das alterações climáticas.

COP 21

Jorge Moreira da Silva falou também das ações de Portugal na questão e que o país tem “metas mais ambiciosas do que as europeias” para as energias renováveis.

O ministro mencionou as expectativas e a importância da Conferência das Partes da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, conhecida como COP 21, marcada para dezembro, em Paris.

“Todos os relatórios na área económica demonstra que o custo de nada fazermos é cinco vezes superior, ou vinte até, do que o custo da mitigação. E sabemos, por outro lado, as vantagens económicas associadas, em termos de economia e de emprego, à descarbonização e à mitigação. Portanto, se não cumprirmos Paris, estamos simultaneamente a ser irresponsáveis e perdulários, porque temos toda a informação que necessitamos para liderar de uma forma responsável. Estou bastante otimista porque sinto que o nível de mobilização política é crescente, o secretário-geral das Nações Unidas tem colocado este tema no topo da agenda e isso é decisivo”.

Jorge Moreira da Silva afirmou que “esta é uma matéria em que a geração atual tem a obrigação de estar à altura de suas responsabilidades perante as próximas gerações” e que não se pode “falhar em Paris”.

*Apresentação: Denise Costa.

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