Fluxo de investimento estrangeiro direto em África foi estável em 2014
Continente recebeu US$ 54 mil milhões segundo estudo da Unctad, tendo sido menor em alguns países que passam por conflitos; Moçambique foi o terceiro país africano que mais recebeu investimento externo: US$ 4,9 mil milhões.
Leda Letra, da Rádio ONU em Nova Iorque.
A Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento, Unctad, divulgou esta quarta-feira o relatório Investimento Mundial 2015. Sobre África, o estudo destaca que o investimento estrangeiro direto para o continente foi estável, atingindo US$ 54 mil milhões no ano passado.
A África do Sul foi o principal recetor de investimento estrangeiro direto da região , com US$ 5,7 mil milhões, mesmo representando uma queda de 31% em relação a 2013.
Moçambique
A seguir está a República Democrática do Congo, que recebeu o dobro dos investimentos, num total de US$ 5,5 mil milhões. O terceiro país africano onde mais se investiu foi Moçambique, que atraiu US$ 4,9 mil milhões.
O relatório informa que o norte de África viu o fluxo de investimento externo diminuir 15%, para US$ 11,5 mil milhões. Tensões e conflitos em alguns países estão entre os motivos da queda.
Ao mesmo tempo, nações da região como Egito e Marrocos receberam mais investimento estrangeiro no ano passado, num aumento de 14% e de 9% respectivamente.
Ébola
Na África Subsaariana, os investimentos subiram no geral 5%, variando entre sub-regiões. Por exemplo, devido ao surto de ébola na África Ocidental, e queda no preço das matérias-primas, o fluxo de investimento estrangeiro direto na sub-região caiu 10%, atingindo US$ 12,8 mil milhões.
Já o leste do continente africano viu os investimentos externos subirem em 11%, passando a US$ 6,8 mil milhões no ano passado. Houve mais investimentos no setor de gás da Tanzânia e nas empresas que produzem roupas e têxteis na Etiópia.
Os principais investidores em África são multinacionais de países em desenvolvimento como China e Índia. Mas a Unctad revela que mais firmas de nações desenvolvidas, em especial da França, dos Estados Unidos e do Reino Unido, aumentaram os seus investimentos no continente no ano passado.
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