ONU abre escritório para monitorar abusos na Coreia do Norte BR

Alto comissário para Direitos Humanos disse que milhões de pessoas estão presas sob um sistema totalitário; Zeid Al-Hussein afirmou que milhares conseguiram escapar do país e iniciar uma nova vida na Coreia do Sul.
Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova York.
A ONU inaugurou esta terça-feira, em Seul, capital da Coreia do Sul, um novo escritório de Direitos Humanos que tem como objetivo monitorar as violações cometidas no país vizinho, a Coreia do Norte.
O alto comissário das Nações Unidas para o setor, Zeid Al Hussein, afirmou que “milhões de pessoas continuam presas sob um sistema totalitário que nega não somente a liberdade mas as necessidades básicas de sobrevivência para a população”.
Repressão
Na cerimônia de abertura, Zeid disse que “a menos de 80 quilômetros do escritório existe um outro mundo marcado por uma imensa repressão e privação”.
O chefe de direitos humanos declarou que milhares de norte-coreanos conseguiram escapar dessa realidade através de caminhos perigosos e iniciaram uma nova vida na Coreia do Sul.
A decisão foi tomada de acordo com uma das recomendações feitas pelo relatório preparado pela Comissão de Inquérito Independente sobre a Coreia do Norte, divulgado em fevereiro de 2014.
Documentar Violações
Zeid explicou que o escritório vai documentar todas as violações de direitos humanos ocorridas no território norte-coreano, acrescentando ao trabalho de investigação já feito pela Comissão. Para ele, isso vai ajudar a criar a base para uma futura prestação de contas do país.
Durante a visita de três dias a Seul, Zeid vai se reunir com a presidente sul coreana, Park Geun-hye e com várias autoridades do governo.
Na agenda, o representante da ONU vai se encontrar também com organizações da sociedade civil para discutir não só a situação de direitos humanos na Coreia do Norte mas também na Coreia do Sul.
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