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Somalis e eritreus na lista do "aumento dramático" de refugiados na Grécia

Refugiados sírios na ilha de Kos, Grécia. Foto: Acnur/S.Baltagiannis

Somalis e eritreus na lista do "aumento dramático" de refugiados na Grécia

Acnur revelou que número de chegadas nas ilhas gregas este ano foi cinco vezes maior que o de 2014;  Com 42 mil refugiados, país é o segundo maior anfitrião na Europa; sírios e afegãos lideram fluxo para 15 ilhas gregas.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

Os somalis e os eritreus estão entre os 600 refugiados que chegam diariamente a 15 ilhas da Grécia. A grande maioria é da Síria e a seguir do Afeganistão.

A informação foi dada, esta sexta-feira, pelo Alto Comissariado da ONU para Refugiados, Acnur. A agência calcula que 42 mil pessoas chegaram a esses territórios nos primeiros cinco meses deste ano. O número é cinco vezes superior ao do ano passado.

Caminhadas

De acordo com o Acnur, 90% dos recém-chegados são refugiados que registam um fluxo maior nas ilhas de Lesvos, Chios, Samos, Kos e Leros.

Quanto à sua origem, o Acnur revelou que a maioria de sírios, afegãos e iraquianos chegam através da Turquia em pequenos barcos. Depois, caminham longas distâncias, através dos Balcãs, para o norte da Europa.

Os eritreus entram no território turco através da Líbia, por considerarem mais longa uma viagem direta para a Grécia.

Crise

O Acnur lembrou que o país enfrenta uma grande crise económica e que a própria população passa dificuldades. Após elogiar a ajuda dos gregos aos refugiados, a agência indicou que será necessária assistência internacional para lidar com a quantidade de recém-chegados ao país europeu.

A superlotação em centros de acolhimento obriga famílias com menores a dormir ao relento. O Acnur revelou ainda que a água e os alimentos só são distribuídos em instalações oficiais de registo.

A ONU estima que cerca de 90 mil pessoas atravessaram o Mediterrâneo em 2015. A Grécia é a segunda maior anfitriã de refugiados a seguir à Itália, que acolhe 46,5 mil. Cerca de 1.850 migrantes morreram ou desapareceram no mar neste ano.

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