Encontro pretende retomar conversações políticas sob os auspícios da organização; na pausa humanitária ONU pede que auxílio não seja politizado; Conselho de Segurança quer conferência que envolva todas as partes iemenitas.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
O enviado especial do secretário-geral para o Iémen está no país para apoiar os esforços das agências humanitárias das Nações Unidas com vista a mitigar o sofrimento. A deslocação ocorre durante a pausa humanitária declarada após semanas de ataques aéreos da coligação de países contra os rebeldes Houthis.
A ONU anunciou que a primeira visita de Ismail Ould Cheikh Ahmed ao Iémen após assumir o cargo, também pretende garantir que a trégua e o cessar-fogo criem a atmosfera apropriada para relançar o processo político.
Estado de Direito
A organização quer que através dessa iniciativa sejam servidos os interesses dos iemenitas e atingidas as suas aspirações para restauração do Estado de direito, das instituições estatais e das Liberdades Fundamentais.
O enviado deve realizar consultas alargadas com representantes políticos, da sociedade civil, dos jovens e de mulheres para estudar formas para retomar as conversações políticas o mais rapidamente possível sob os auspícios da organização.
Pessoas Isoladas
Antes, a subsecretária-geral para a Assistência Humanitária disse que a pausa nos combates vai permitir a entrega de alimentos, suprimentos médicos e artigos essenciais aos civis incluindo as pessoas isoladas nas zonas de conflito.
Valerie Amos pediu que a ajuda seja encaminhada através das Nações Unidas e entidades internacionais dado o seu caráter imparcial e neutro na coordenação das atividades de socorro em emergências. Ela considerou essencial que a ajuda humanitária não seja politizada.
Conversações
Nesta terça-feira, os Estados-membros do Conselho de Segurança pediram ao secretário-geral que convoque uma conferência que envolva todas as partes iemenitas que culmine numa solução política consensual para a crise.
Esse encontro seria realizado a abrigo da "iniciativa do Conselho de Cooperação do Golfo e o seu mecanismo de implementação, dos resultados da Conferência de Diálogo Nacional Abrangente e das resoluções do Conselho de Segurança".
A nota do órgão realça que o diálogo político inclusivo deve ser liderado pelos iemenitas. O outro pedido é que todos os lados envolvidos participem nas conversações realizadas sob a égide da ONU sem pré-condições e de boa-fé.
Transição
A intenção é que seja encontrada a solução para as diferenças com o diálogo e consultas, "rejeitando atos de violência para obter fins políticos e abstendo-se de toda ação unilateral provocativa que mine a transição política.
Após expressar grande preocupação com as graves consequências humanitárias da contínua violência no Iémen, o grupo saudou a iniciativa da Arábia Saudita e do Governo do Iémen para a implementação da pausa humanitária de cinco dias.
Operações Militares
O apelo a todas as partes é que respeitem a medida, que o Conselho enfatizou que deve ser bem-sucedida. O pedido é que estas suspendam as suas operações militares de forma transparente e confiável.
No período, deve ser permitida a entrada e a entrega de artigos essenciais para a população civil incluindo alimentos, remédios e combustível e que facilitem as atividades de campo das agências humanitárias em coordenação com o Governo.
O Conselho quer ainda que seja facilitada a prestação de assistência humanitária urgente e o acesso rápido, seguro e sem obstáculos de agências humanitárias para os necessitados, incluindo a assistência médica.
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