Sudão do Sul: pessoal humanitário é retirado do estado de Unidade
ONU diz que medida deve-se ao ressurgimento de combates; mais de 300 mil pessoas ficam sem assistência essencial; interrupção coincide com fim de reservas alimentares e auge da temporada de plantio.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.*
O coordenador humanitário das Nações Unidas no Sudão do Sul disse esta segunda-feira que o conflito obrigou a uma retirada de funcionários de ONGs e de agências da ONU da área de Leer, no estado de Unidade.
Em nota, Toby Lanzer afirmou que a resposta humanitária foi interrompida na área, situada a sul de Bentiu, a capital estadual. Nos estados de Jonglei e de Alto Nilo o conflito também está mais ativo, segundo as Nações Unidas.
Impacto
Como consequência da medida, mais de 300 mil necessitados estão sem acesso à ajuda alimentar de emergência e aos serviços médicos que são essenciais.
O chefe humanitário refere que o ressurgimento da violência ocorre num momento em que esgotaram os stocks alimentares e no auge da temporada de plantio. A época é marcada pela plantação de culturas que devem ser colhidas ainda este ano.
Emergência
Toby Lanzer disse que as agências de ajuda humanitária estão empenhadas em voltar a áreas de Unidade, além de continuar as operações de emergência assim que haja segurança.
Lanzer pediu garantias a todos os lados do conflito para a continuação da atividade humanitária sem demora, "em nome das populações necessitadas e baseado em princípios de humanidade, imparcialidade e neutralidade."
Antes, as Nações Unidas estimaram que até 6,4 milhões de pessoas podiam ser afetadas pela insegurança alimentar devido ao conflito entre o governo e os rebeldes iniciado em dezembro de 2013.
Cerca de 1,9 milhões de sudaneses são deslocados internos e 293 mil pediram abrigo nos países vizinhos.
*Apresentação: Denise Costa.
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