Casos de sarampo são quatro vezes maiores do em anos anteriores no Sudão
Fundo da ONU para a Infância, Unicef, fala em 2,2 mil casos confirmados e 4 mil suspeitos, a maioria em crianças menores de cinco anos; surto afeta 14 dos 18 estados do país.
Leda Letra, da Rádio ONU em Nova Iorque.*
Para o Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, o Sudão continua a enfrentar uma “das maiores crises humanitárias do mundo”, com 3,5 milhões de crianças a precisar de assistência urgente.
A agência da ONU lembra que a situação agrava-se não apenas pelos conflitos no país, mas pelo “fraco investimento em serviços sociais básicos”. Apenas nos últimos quatro meses, foram confirmados 2,2 mil casos de sarampo no Sudão.
Suspeitas
Segundo o Unicef, o total chega a ser quatro vezes maior do que os casos de sarampo confirmados em anos anteriores. Há ainda 4 mil suspeitas, a maioria em crianças menores dos cinco anos.
O surto está a afetar 14 dos 18 estados do Sudão. Alguns casos são registados nas regiões de fronteira com a Etiópia, o Sudão do Sul e o Chade. O Ministério da Saúde sudanês recebe apoio do Unicef, da Organização Mundial da Saúde e da ONG Médicos sem Fronteiras.
Vacinas
Uma fase da campanha de vacinação já foi concluída e o objetivo era alcançar 8 milhões de crianças e pessoas mais velhas. A agência adquiriu as vacinas contra o sarampo e garantiu que 9 milhões de doses chegassem ao Sudão em tempo recorde.
Outra ação importante foi consciencializar os pais sobre a importância de levar os seus filhos aos centros de saúde para a vacinação.
Apelos
De acordo com o Unicef, o surto de sarampo ocorreu porque a rotina de vacinação não estava a ser tão boa como deveria. Outro problema é que muitas áreas no Sudão são inacessíveis à ajuda humanitária, onde uma grande quantidade de crianças está sem imunização.
A agência fez dois apelos: um para que o governo do Sudão e forças rebeldes forneçam à agência da ONU e aos parceiros acesso imediato para que todas as crianças possam ser vacinadas.
O outro apelo é para o governo e a comunidade internacional, para o alívio da dívida externa do país. O Unicef acredita que dessa forma será possível ao país investir em serviços sociais, de saúde e de nutrição no Sudão.
*Apresentação: Denise Costa.