Secretário-geral assistente disse que depoimentos das vítimas de abusos no país serviram de base para as investigações da Comissão de Inquérito; Ivan Simonovic disse que grupo concluiu que Coreia do Norte é um país sem paralelo no mundo contemporâneo.
Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova York.
A ONU realizou esta quinta-feira uma reunião para debater a situação dos direitos humanos na Coreia do Norte.
O encontro “Vozes das Vítimas: Conversa sobre os Direitos Humanos na Coreia do Norte” contou com a presença do secretário-geral assistente, Ivan Simonovic, a embaixadora dos Estados Unidos, Samantha Power e várias pessoas que sofreram algum tipo de abuso pelo governo norte-coreano.
Vítimas
Simonovic afirmou que os depoimentos das vítimas serviram de base para as investigações da Comissão de Inquérito do Conselho de Direitos Humanos sobre o assunto.
No relatório preparado no ano passado, o secretário-geral assistente disse que a comissão concluiu que “a Coreia do Norte é um Estado sem paralelo no mundo contemporâneo”.
Segundo os investigadores, é “um país caracterizado pela negação dos direitos à liberdade de pensamento, consciência e religião, assim como direitos à liberdade de opinião, expressão, informação e associação”.
Violações Generalizadas
Simonovic afirmou que essas violações dos direitos humanos são cometidas de forma generalizada e sistemática, como uma política deliberada comandada pelos mais altos escalões do governo.
A Comisão de inquérito concluiu que essas violações constituem crimes contra a humanidade.
O representante da ONU disse que o “importante agora é que a comunidade internacional mantenha a atenção no sofrimento de milhões de norte-coreanos que continuam sujeitos a violações em massa dos direitos humanos”.
Meta
Simonovic afirmou que o Alto Comissariado de Direitos Humanos, vai abrir em junho, um escritório em Seul, na Coreia do Sul.
A meta é dar continuidade ao trabalho realizado pela Comissão de Inquérito, aumentando o apoio ao relator especial da ONU sobre a situação dos Direitos Humanos na Coreia do Norte.
Além disso, o escritório vai servir como um centro para a documentação, assistência técnica e apoio a fim de promover a prestação de contas tendo em vista a melhoria da situação dos direitos humanos no país.
Simonovic espera que a comunidade internacional continue examinando formas de prevenir e punir crimes cometidos na Coreia do Norte atualmente.
Ele lembrou da resolução adotada pela Assembleia geral, em novembro do ano passado sobre o assunto.
O secretário-geral assistente afirmou que “os incansáveis esforços feitos não só pela comunidade internacional, mas também pela sociedade civil e pelas vítimas estão funcionando”.
Segundo Simonovic, os esforços levaram a “Coreia do Norte a compreender que as violações dos direitos humanos não vão passar despercebidas ou impunes”.
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