Nações Unidas reagem após novas execuções na Indonésia
Brasileiro Rodrigo Gularte, condenado à morte por tráfico de drogas, foi um dos prisioneiros fuzilados; para ONU, é “incompreensível” entender porque o país se recusa a conceder clemência aos condenados por esse tipo de crime.
Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.
O porta-voz do Escritório da ONU para os Direitos Humanos divulgou uma nota onde afirma ser “extremamente triste e lamentável” a execução de oito prisioneiros na Indonésia.
O brasileiro Rodrigo Gularte, condenado à pena de morte por tráfico de drogas, estava entre os presos fuzilados na madrugada de quarta-feira, hora local no país.
Clemência
O porta-voz Rupert Colville lembrou que a Indonésia “apela por clemência quando seus cidadãos enfrentam execução em outros países” e por isso é “incompreensível” entender porque o país se recusa totalmente a conceder o perdão em seu próprio território.
Colville destacou que pela lei internacional, a pena de morte só deve ser imposta em casos extremos, de crimes muito sérios, como assassinatos intencionais.
Seriedade
Crimes relacionados às drogas não se enquandram na categoria de “muito sérios”, explicou o porta-voz. Ele lembrou que o alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Zeid Al Hussein e o secretário-geral Ban Ki-moon já haviam feito diversos apelos à Indonésia para não executar os prisioneiros.
As Nações Unidas pedem novamente ao país para acabar com a pena de morte. As execuções dos oito prisioneiros também foram condenadas pelo diretor do Escritório da ONU sobre Drogas e Crime, Unodc.
Yury Fedotov pede que a prática seja abolida e explica que a agência trabalha com vários países na contenção do tráfico de drogas.
O Unodc também está pronto para ajudar a Indonésia a combater o problema, incluindo a necessidade de se tratar o abuso de drogas, a prevenção, o uso e processo de reabilitação.
A agência da ONU destaca que seu trabalho inclui assistência legal, política e técnica para o desenvolvimento de programas de controle de drogas e combate ao crime e à corrupção.
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