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Líderes africanos reunidos para combater crime contra a vida selvagem

Mais de 1,2 mil rinocerontes caçados em 2014. Foto: Cites

Líderes africanos reunidos para combater crime contra a vida selvagem

Brazzaville acolhe reunião até esta quinta-feira; ideia é criar projeto de estratégia e plano de ação para nações africanas; crimes ambientais contra fauna e flora geram centenas de milhares de milhões de dólares anuais.

Laura Gelbert, da Rádio ONU em Nova Iorque.*

Chefes de Estado, representantes de governos e especialistas africanos estão reunidos até esta quinta-feira na Conferência Internacional sobre o Comércio Ilegal de Fauna e Flora Selvagens em Brazzaville, na República do Congo.

O objetivo é criar um plano comum para o fim do comércio ilegal da vida selvagem em África. Com o evento, pretende-se fazer avançar a estratégia e o primeiro plano de ação de combate ao tipo de tráfico no continente.

Agências

As Nações Unidas estão representadas com várias agências no encontro, que além do Congo tem o apoio de entidades como a Comissão da União Africana, UA.

No evento, o presidente congolês disse que as florestas e os animais selvagens são uma parte do património comum africano "que desaparece a um ritmo alarmante".

Denis Sassou Nguesso lembrou o dever do trabalho conjunto no continente, para salvaguardar a "biodiversidade singular para as gerações presentes e futuras". Além disso, pediu soluções coletivas fortes para enfrentar o problema.

Necessidades

O diretor executivo do Programa da ONU para o Meio Ambiente, Pnuma, considerou um "passo extremamente importante" o desenho de uma estratégia africana. Achim Steiner disse que a participação da UA e dos seus Estados-membros no plano focado nas necessidades da região.

Steiner afirmou que o desenvolvimento do plano vai exigir o empenho total dos países. A sua implementação deve requerer um apoio internacional reforçado, fortes redes de informação, melhor advocacia pública e prestação de contas.

Animais

Os prejuízos dos crimes ambientais contra a fauna e a flora africanas incluem a extração de madeira, a caça ilegal e o tráfico de vários animais que chegam a "centenas de milhares de milhões de dólares" anuais.

As estimativas são da Organização para a Cooperação Económica e Desenvolvimento, o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime, o Pnuma e a Interpol.

Conflitos e Insegurança

O Pnuma destaca que o tráfico da vida selvagem destrói a biodiversidade e os ecossistemas, prejudicando o seu desenvolvimento e corroendo os meios de subsistência de milhões de africanos. O tipo de crime cria insegurança ao alimentar conflitos e  a corrupção privando os países dos seus bens e comprometendo o Estado de direito.

Após a conferência de Brazzaville será desenvolvido o projeto da estratégia e o plano de ação que deve envolver Estados-membros africanos. Os progressos serão avaliados na reunião dos líderes do continente na reunião bianual a decorrer em junho na África do Sul.

*Apresentação: Denise Costa.

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