Equipa de Direitos Humanos lembra que estes atravessam o Mediterrâneo para escapar da violência; após uma visita a vários centros, técnicos da missão da ONU no país relataram situação extremamente vulnerável
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.*
O Escritório das Nações Unidas para os Direitos Humanos anunciou que migrantes sofrem "detenção generalizada e prolongada" na Líbia, em nota que manifesta choque com a perda de vidas no mar Mediterrâneo.
A entidade citou relatos de técnicos da Missão de Apoio da ONU no país, Unsmil, que dão conta de "condições de grande preocupação" que incluem superlotação crónica, falta de saneamento, cuidados de saúde e comida.
Exploração
Na visita aos campos de detenção líbios, o grupo também foi informado de maus-tratos físicos ou verbais, da exploração laboral, da violência sexual e da confiscação de documentos de identidade dos migrantes.
O país é um dos principais pontos de partida de migrantes a caminho da Europa. Segundo a ONU, pelo menos 1,7 mil pessoas morreram este ano a tentar atravessar o Mediterrâneo.
Direitos Humanos
A Escritório lembrou ainda que esta semana foi marcada por "horríveis incidentes sucessivos", que ilustram a gravidade da situação dos direitos humanos na Líbia.
Sobre as centenas de mortes de pessoas que procuram escapar da violência no país, o escritório frisou que vários são migrantes refugiados e candidatos a asilo que fogem do país onde a sua situação é "extremamente vulnerável".
Riscos
Para descrever o cenário desses estrangeiros são citados relatos de violência e de discriminação por agentes da lei e ordem. Os migrantes "estão em risco de atos como assassinatos, tortura, sequestro e agressão física".
A divisão dos direitos humanos da Unsmil disse que também acompanha e procura mais informações sobre a execução de pelo menos 28 cristãos, em dois incidentes separados ocorridos durante a semana. Os atos foram publicados num vídeo publicado pelo autoproclamado Estado Islâmico do Iraque e do Levante, Isil, na Líbia.
Após condenar o que considera "mortes brutais", o escritório declarou que o grupo era na sua maioria composto por etíopes e que as mortes foram aparentemente motivadas pela religião das vítimas.
*Apresentação: Denise Costa.
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