Conselho de Segurança debateu situação no Oriente Médio e questão palestina; secretário-geral fala em “décadas de oportunidades perdidas” para o alcance da paz na região.
Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.
O Conselho de Segurança debateu esta terça-feira a situação no Oriente Médio, incluindo a questão palestina. No encontro, o secretário-geral ressaltou que a região sofre ameaças de conflitos violentos e extremismo.
Ban Ki-moon explicou que houve esforços para negociações de paz, baseadas numa solução de dois Estados, um israelense e outro palestino.
Novo Governo
Mas Ban lamentou que ao invés de paz, passaram-se “décadas de oportunidades perdidas e de falhas, com enorme custo humano”. A perspectiva de uma solução de dois Estados regrediu, com “possíveis consequências explosivas”.
O secretário-geral lembrou que em algumas semanas, será formado o novo governo israelense. Ban fez um apelo aos futuros líderes, para que reafirmem o compromisso de Israel para a criação de um estado Palestino e interrompam as atividades de reassentamento.
Crise Humanitária
Ban Ki-moon elogiou o acordo entre Israel e a Autoridade Palestina firmado na semana passada. Israel concordou em transferir para os palestinos mais de US$ 470 milhões, relativos a impostos.
No Conselho de Segurança, o chefe da ONU destacou ainda a crise financeira da Faixa de Gaza e a situação humanitária. Segundo Ban, as agências precisam de US$ 720 milhões para garantir abrigo temporário a mais de 100 mil deslocados internos.
Embaixadores
Na reunião, a vice-embaixadora palestina na ONU afirmou que seu povo sofre a “ocupação mais longa da História moderna, com 5 milhões de refugiados palestinos enfrentando quase sete décadas de exílio”.
Feda Abdelhav Nasser pediu ao Conselho de Segurança ação em prol da solução de dois Estados e à Israel que pare de negar aos palestinos seus direitos e liberdades.
Já o embaixador israelense, Ron Prosor, afirmou que a paz e a liberdade no Oriente Médio “continuam sendo um sonho distante”, devido às ameaças impostas pelo Hamas e pelo Irã.
Na avaliação de Prosor, o governo palestino quer a criação de um Estado sem “fazer compromissos, concessões ou paz”.
O embaixador de Israel afirmou ainda que a comunidade internacional olha o conflito de forma “desproporcional”, o que para Prosor é uma “injustiça com outras milhões de vítimas” da região, como os “iemenitas, os sírios e os líbios”.
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