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Após morte de cerca de 700, Ban pede resposta da UE para salvar migrantes

Apelou à solidariedade e responsabilidade. Foto: Francesco Malavolta/OIM.

Após morte de cerca de 700, Ban pede resposta da UE para salvar migrantes

Secretário-geral quer abordagem abrangente da situação dos que buscam refúgio dentro das fronteiras europeias; agências de notícias informaram que ministros do bloco devem discutir o tema no Luxemburgo.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

O secretário-geral das Nações Unidas encorajou os Estados-membros da União Europeia a acelerar os esforços para abordar de forma abrangente a situação dos que procuram refúgio dentro das suas fronteiras.

A nota de Ban Ki-moon foi publicada este domingo, após um navio que transportava até 700 migrantes e refugiados ter virado na costa da Líbia. O chefe da ONU disse estar chocado e profundamente entristecido com os relatos.

Ministros

Nesta segunda-feira, agências de notícias anunciaram um encontro de ministros das Relações Exteriores e do Interior da UE no Luxemburgo, para discutir as mortes de migrantes que tentam atravessar o Mediterrâneo a partir de África.

O Alto Comissariado da ONU para Refugiados, Acnur, disse que a informação disponível é de que o barco virou pouco antes da meia-noite de sábado, a cerca de 180 quilómetros a sul da ilha italiana de Lampedusa.

Rota Letal

Ban lembrou que pelo menos 3,5 mil pessoas morreram em 2014 e que com a confirmação das últimas mortes, 2015 regista cerca de 1, 6 mil. O facto  torna o Mediterrâneo "a rota mais letal do mundo" utilizada por candidatos a asilo e migrantes.

O chefe da ONU acrescentou  que com o recorde de pessoas a fugirem de guerras e de perseguições, mais cidadãos tentam chegar à Europa de barco e mais vidas são perdidas.

Responsabilidades

Ban reconheceu o "forte impacto da chegada de tantos migrantes à Itália", ao agradecer ao governo do país pelos seus esforços. Á comunidade internacional, o secretário-geral apelou à solidariedade e partilha de responsabilidades perante a crise.

A Organização Internacional para Migrações, OIM, menciona relatos de intervenção de um navio de carga português que seguiu para a área do incidente para prestar auxílio aos migrantes.

A agência pediu ao bloco europeu que volte a apoiar as operações de salvamento na escala do programa Mare Nostrum terminado no ano passado "sob alegações de que encorajava migrantes irregulares a viajarem pelo mar".

Como um exemplo a ser seguido pela UE "para salvar vidas e evitar a operação de gangues criminosas de contrabando. a agência aponta o sucesso da Força-Tarefa 120, que deteve "com sucesso a pirataria na Somália".

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