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Relatores da ONU afirmam que direitos humanos devem ser protegidos BR

Ben Emmerson. Foto: ONU/Jean-Marc Ferré

Relatores da ONU afirmam que direitos humanos devem ser protegidos

Ben Emmerson e Heiner Bielefeldt disseram que os direitos humanos e as liberdades fundamentais não podem ser sacrificados por conveniência política na luta contra o terrorismo.

Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova York.

Os relatores especiais da ONU Ben Emmerson e Heiner Bielefeldt afirmaram, esta quinta-feira, que os direitos humanos e as liberdades fundamentais devem ser protegidos mesmo em operações de contra terrorismo.

Emmerson é especialista em promoção e proteção dos direitos humanos e liberdades fundamentais em ações de combate ao terrorismo e Bielefeldt é especialista em liberdade de religião e de crença.

Padrões Internacionais

Segundo eles, “somente através do cumprimento dos padrões internacionais de direitos humanos, as estratégias de contra terrorismo vão ter sucesso”.

Na opinião dos relatores, “da mesma forma em que o mundo condena o terrorismo e a comunidade internacional promete combatê-lo, é necessário respeitar os direitos humanos neste contexto”.

Emmerson e Bielefeldt declararam que “tanto os direitos humanos como as liberdades fundamentais não podem ser sacrificados por conveniência política”.

Eles citaram o recente ataque à Universidade Garissa, no Quênia, onde 147 alunos e professores foram mortos no que classificaram de um “ato selvagem de extrema brutalidade”.

Forças Militares

Os especialistas disseram que o atentado mostrou a “necessidade urgente das autoridades de repensarem as respostas de contra terrorismo que têm como base apenas as forças militares e policiais”.

Para os relatores da ONU, é preciso avaliar também desafios como conflitos armados, má administração de governos, degradação ambiental, corrupção e extrema pobreza.

Eles mencionaram ainda problemas como discriminação política, econômica, social e cultural, marginalização de grande parte da população e o estado de colapso do país por um longo período.

Emmerson e Bielefeldt afirmaram que apesar de não haver uma resposta única para lidar com todas essas questões, é necessária uma abordagem sustentável que combata não só o terrorismo mas também suas causas.