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Conselho de Segurança aprova embargo de armas a combatentes do Iêmen BR

Conselho de Segurança aprova resolução contra violência no Iêmen. Foto: ONU/Eskinder Debebe

Conselho de Segurança aprova embargo de armas a combatentes do Iêmen

Resolução aprovada pede prevenção de venda ou transferência de armamentos ao líder dos houthis e ao ex-presidente Ali Abdullah Saleh; rebeldes devem retirar suas forças do país; em menos de um mês, pelo menos 370 civis foram mortos.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.

O Conselho de Segurança aprovou nesta terça-feira uma resolução contra a onda de violência no Iêmen, país árabe vizinho à Arábia Saudita.

Rebeldes houthis tentam tomar o controle do Iêmen e ao lado de combatentes ligados ao ex-presidente Ali Abdullah Saleh, lutam contra grupos que apoiam o presidente Abd Rabbo Mansur Hadi. Recentemente, forças da coalizão liderada pela Arábia Saudita iniciaram ataques aéreos no país.

Armas

A resolução aprovada impõe um embargo de armas ao líder dos houthis, Abdul Malik al-Houthi, ao ex-presidente iemenita Ali Abdullah Saleh, ao filho dele, Ahmed Saleh e a indivíduos ligados a eles. A medida proíbe venda ou transferência de armamentos.

O documento demanda a todos os lados em conflito no Iêmen, em especial aos houthis, que evitem qualquer ação que possa minar a transição política do país. Ao grupo rebelde, o Conselho de Segurança pede que pare imediatamente com a violência e retire todos os seus combatentes do país, incluindo da capital Sanaa.

Crianças

A resolução pede ainda que sejam entregues todos os armamentos, incluindo mísseis, que foram apreendidos das forças militares. Outro apelo é feito aos rebeldes, para que evitem qualquer provocação ou ameaça aos países vizinhos e para que deixem de recrutar crianças-soldado e libertem todos os menores envolvidos no combate.

Segundo o alto comissário da ONU de Direitos Humanos, pelo menos 364 civis foram mortos no país desde 26 de março e entre as vítimas estão 84 crianças. Sobre o total de feridos, Zeid Al Hussein falou em 681 pessoas, mas destacou que o número real deve ser bem maior.

Destruição

O alto comissário está pedindo investigação imediata dos ataques que resultaram na morte de civis e pediu aos lados em conflito respeito total à lei internacional de direitos humanos.

Zeid lamentou que os ataques aéreos destruíram prédios públicos, hospitais, escolas, aeroportos e mesquistas. Na última semana, houve aumento dos confrontos nas ruas, principalmente em Áden, a segunda maior cidade do país.

O alto comissário citou relatos de crianças recrutadas para o combate nas cidades de Áden, Dhale e Mareb e disse que a cada hora, seu escritório recebe “relatos perturbadores e profundos sobre o peso do conflito na vida dos civis”.

Zeid Al Hussein apelou a todos os lados para negociarem o fim do “conflito e da devastação no Iêmen, lamentando que a maior parte do país está sofrendo com os efeitos dos confrontos armados, levando a uma situação humanitária que viola seriamente os direitos humanos.