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Aiea vai ajudar a converter reator nuclear para pesquisas na Jamaica BR

Conselho Diretivo da Aiea reunido em Viena. Foto: Aiea/Dean Calma

Aiea vai ajudar a converter reator nuclear para pesquisas na Jamaica

Especialistas da agência da ONU vão auxiliar na transformação da usina para que produza urânio de baixo enriquecimento; objetivo é reduzir o risco de proliferação de armas atômicas e ao mesmo tempo dobrar a capacidade de utilização do reator.

Edgard Júnior, Rádio ONU, Nova York.*

A Agência Internacional de Energia Atômica, Aiea, anunciou que vai ajudar no processo de conversão da única usina nuclear no Caribe.

O reator na Jamaica deixará de produzir urânio altamente enriquecido, matéria prima para a fabricação de bomba atômica. Os especialistas da agência da ONU esperam que até o final do ano, o reator produza urânio de baixo enriquecimento.

Esforço Conjunto

A mudança faz parte de um esforço conjunto dos governos da Jamaica e dos Estados Unidos com o apoio da Aiea.

O objetivo é reduzir os riscos de proliferação nuclear e ao mesmo tempo dobrar a capacidade de utilização do reator.

Segundo um dos especialistas envolvidos no processo, a capacidade extra vai permitir que os cientistas ampliem as pesquisas sobre segurança de alimentos, água e qualidade do ar.

Além disso, permitirá acomodar as necessidades de pesquisas de outros países caribenhos.

A conversão faz parte dos esforços globais da Aiea para eliminar os riscos associados à produção de urânio altamente enriquecido, mas mantendo as operações de pesquisa científica.

Saúde e Agricultura

A agência da ONU informou que nos últimos 30 anos, a Jamaica operou o reator de pesquisas de 20kw para estudar questões ambientais, de saúde, de agricultura, de exploração mineral, como também de educação e treinamento.

Em novembro do ano passado, o governo jamaicano pediu à Aiea que ajudasse no processo de conversão do reator de pesquisa nuclear, seguindo os padrões de segurança da agência.

O diretor interino da Aiea para a América Latina e o Caribe, Manuel Recio, afirmou que o processo de conversão não deve ser visto um esforço único.

Segundo ele, “essa é uma oportunidade de concluir com sucesso os esforços para expandir a parceria da agência com outros países para o uso pacífico da tecnologia nuclear”.

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*Apresentação: Laura Gelbert.