Agência da ONU está preocupada com o alto impacto de doenças animais na fronteira com o Líbano, na região, 1,5 milhão de refugiados sírios fugiram do conflito, levando com eles cabras, ovelhas, bois e vacas não vacinados.
Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.
Segundo a agência da ONU para Agricultura e Alimentação, FAO, cerca de 1,5 milhão de refugiados sírios fogem do conflito e levam com eles cabras, ovelhas, bois e vacas que não tomaram vacina.
Por isso, a FAO está preocupada com o alto impacto de doenças animais que podem ser transmitidas na região de fronteira entre a Síria e o Líbano. A agência começou a segunda fase de uma campanha, na tentativa de imunizar a maior quantidade de gado possível, de preferência todos os animais.
Obstáculos
Mas esse pode ser um objetivo difícil de ser alcançado, porque existem vários desafios, como chegar a áreas de acesso remoto e ganhar a confiança de agricultores e criadores de gado.
A FAO cita o Ministério da Agricultura do Líbano, que calcula que até 900 mil cabras e ovelhas e 70 mil vacas podem estar expostas a doenças, se não forem vacinadas.
Renda
A agência da ONU precisa, com urgência, de US$ 32 milhões para ajudar refugiados e residentes do Líbano. Um fazendeiro do Vale do Bekaa, no leste do Líbano, afirmou que a febre animal é o principal problema, o que já prejudica a situação financeira das famílias.
Segundo a FAO, até 60% dos fazendeiros no Líbano dependem dos animais como sua principal fonte de renda.
Proteção
A campanha busca reduzir o número de animais que ficam doentes ou morrem com doenças que podem ser evitadas. A agência destaca ser importante também proteger a população áreas rurais, que já enfrenta queda dos recursos naturais devido aos efeitos do conflito na Síria.
No ano passado, a FAO obteve sucesso na primeira fase do programa de vacinação animal na região. O financiamento é do Reino Unido. Entre as doenças de maior prevalência nos animais do Líbano estão a febre aftosa e a peste dos pequenos ruminantes. A FAO explica serem muito contagiosas e causam febre, feridas na boca, diarreia, perda de peso, pneumonia e até morte.
Numa conferência internacional no início do mês, a FAO e a Organização Mundial para Saúde Animal se comprometeram a erradicar as doenças que atingem carneiros e cabras até 2030.
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