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Nos Camarões, Guterres encontra-se com milhares de refugiados

António Guterres. Foto: ONU/Jean-Marc Ferré

Nos Camarões, Guterres encontra-se com milhares de refugiados

Alto comissário das Nações Unidas inicia visita de dois dias ao país que está localizado entre duas das maiores crises de deslocados em África: Nigéria e República Centro-Africana; Acnur fornece assistência básica aos civis.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova Iorque.

O alto comissário das Nações Unidas para Refugiados iniciou esta terça-feira uma visita de dois dias aos Camarões. António Guterres está no país localizado entre duas das maiores crises de deslocados em África: Nigéria e República Centro-Africana.

Segundo a agência da ONU para Refugiados, Acnur, mais de 74 mil nigerianos cruzaram a fronteira e chegaram à região Far Norte, nos Camarões. Somente em fevereiro, cerca de 25 mil nigerianos escaparam dos conflitos entre forças militares e insurgentes.

Abrigo

Devido à forte insegurança próximo às fronteiras, o Acnur está a levar os refugiados ao acampamento de Minawao, a 90 km da capital regional Maroua. António Guterres fará uma visita ao local na quarta-feira para ouvir testemunhos em primeira mão e checar as condições do campo, que serve de abrigo para 33 mil refugiados nigerianos.

Além dos refugiados da Nigéria, os Camarões também acolhem mais de 244 mil refugiados da República Centro-Africana, incluindo milhares que deixaram seu país em dezembro de 2013.

Verbas

O alto comissário deve discutir as crises humanitárias com o presidente camaronês Paul Biya e agradecer a hospitalidade para com os refugiados.

Guterres também terá encontros com alguns dos 96 mil camaroneses que deixaram suas casas devido a ações de insurgentes e passaram a viver como deslocados no seu próprio país.

Esses civis estão a receber apoio do Acnur, incluindo abrigo e itens básicos para o dia-a-dia, além de serviços de saúde e intervenções para a prevenção da violência sexual.

Em fevereiro, o Acnur lançou um apelo de US$ 71 milhões para fornecer proteção e assistência na Nigéria e nos países vizinhos, mas os valores estão a ser revistos e um novo pedido deve ser lançado em breve. Até o momento, a agência recebeu apenas US$ 6,8 milhões em contribuições.

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