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“Situação em Gaza é alarmante”, diz vice-alta-comissária para direitos humanos BR

Flavia Pansieri. Foto: ONU/Jean-Marc Ferré

“Situação em Gaza é alarmante”, diz vice-alta-comissária para direitos humanos

Falando em Genebra, Flavia Pansieri mencionou “contínuo bloqueio de Israel a Gaza”; representante citou também “graves preocupações com situação de direitos humanos no território palestino ocupado”; ela disse que ações de grupos armados palestinos na Faixa da Gaza também constituem violações .

Laura Gelbert, da Rádio ONU em Nova York.

Falando no Conselho de Direitos Humanos em Genebra, nesta segunda-feira, a vice-alta-comissária da ONU para Direitos Humanos, Flavia Pansieri, afirmou que a “situação em Gaza é alarmante”.

A representante apresentou seis relatórios sobre a “situação de direitos humanos no território palestino e outros territórios árabes ocupados”.

Assentamentos

O documento sobre assentamentos israelenses, incluindo em Jerusalém oriental e em Golã, analisa “dificuldades” enfrentadas por palestinos no acesso à terras agrícolas e a falta de aplicação da lei e prestação de contas sobre violência de colonos, entre outras questões.

O relatório do secretário-geral sobre a situação de direitos humanos no território palestino ocupado, incluindo Jerusalém oriental, analisa violações das leis humanitária e de direitos humanos internacionais, assim como abusos de direitos humanos por diversos atores.

Conflito

Segundo Flavia Pansieri, os relatórios do alto-comissário levantam “graves preocupações” sobre a situação de direitos humanos no território palestino ocupado, mencionando que “violações de direitos humanos são combustível e moldam o conflito”.

Ela citou ainda um “processo cíclico com amplas implicações para paz e segurança na região”.

A representante afirmou que por muitos anos secretários-gerais e alto-comissários fizeram “diversas recomendações construtivas” a todos os responsáveis para melhoraria da situação de direitos humanos e proteção de civis da violência e insegurança.

Pansieri declarou, no entanto, que “tragicamente a maioria destas recomendações foi ignorada e o conflito continua a destruir a vida e dignidade humanas”.

Gaza

Sobre Gaza, a vice-alta-comissária afirma que os acontecimentos entre 12 de junho e 26 de agosto do ano passado constituíram a terceira escalada das hostilidades em sete anos e que suas “consequências arrasadoras” serão sentidas por palestinos no local por “tempo considerável”.

Ela afirmou que este conflito levantou “sérias questões” em relação ao “respeito de Israel a suas obrigações sob lei humanitária internacional de diferenciar civis e combatentes”, “garantir que ataques sejam proporcionais” e “manter os princípios de distinção e precaução”.

Pansieri também declarou que o “bloqueio contínuo de Israel a Gaza prejudicou a reconstrução e desenvolvimento”.

A representante da ONU também afirmou que ações de grupos armados palestinos na Faixa da Gaza, “incluindo envio indiscriminado de foguetes a bairros de civis em Israel, alojamento de objetos militares em edifícios civis e execução de supostos colaboradores, também constituem claras violações das leis humanitária e de direitos humanos internacionais”.

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