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Debate na ONU realça apoio à educação para proteção contra HIV/Sida

Foto: Unaids

Debate na ONU realça apoio à educação para proteção contra HIV/Sida

Jovens e meninas da África Oriental e Austral com maior risco de infeção; segundo as Nações Unidas, 230 mil jovens entre 15 e 24 anos teriam sido infectadas nas duas regiões em 2013.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

Participantes da 59ª Sessão da Comissão sobre o Estatuto da Mulher, CSW, recomendaram que objetivos e metas específicas para deter o HIV/Sida em mulheres e raparigas sejam incluídos na agenda pós-2015.

Em debate realizado durante o evento, que decorre até esta sexta-feira, foi proposto que se considerem também o acesso à educação e o fim do casamento forçado e da violência baseada no género nas próximas metas globais.

Jovens e Meninas

Na África Oriental e Austral, as jovens e as meninas continuam expostas ao maior risco de infeção pelo vírus. Estima-se que 230 mil jovens de sexo feminino desse grupo etário contraíram a infeção nas duas regiões em 2013.

Na ocasião, a diretora-geral da Unesco, Irina Bokova, disse que a educação tem um efeito protetor contra o HIV, contra a gravidez indesejada e o casamento prematuro.

Mas realçou que o sucesso pode ser alcançado se for garantido que meninas e jovens estejam matriculadas, completem o ensino fundamental e continuem no secundário. Para ela, deve haver "ação ousada a partir de agora".

Urgência

No evento, o diretor do Fundo da ONU para a População, Unfpa, disse haver uma necessidade urgente de concentração em jovens com idades entre os 15-24 anos em África. Babatunde Osotimehin lembrou que estas são as mais afetadas e com a maior taxa de mortalidade pelo HIV/Sida.

Em 2013, as mulheres das duas regiões compunham 59% dos casos em adultos que vivem com o HIV. Daí, os apelos para um maior acesso à qualidade da educação sexual e a serviços de saúde sexual e reprodutiva.

A violência contra as mulheres, a alta taxa de gravidez em adolescentes, a pobreza e as desigualdades de género são apontadas como razões para a exposição de jovens e meninas ao risco de problemas de saúde, incluindo o vírus da Sida.