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Angola terá livro e disco com iniciativas singulares de 40 mulheres

Círia de Castro. Foto: Arquivo pessoal

Angola terá livro e disco com iniciativas singulares de 40 mulheres

Publicações devem marcar a passagem dos 20 anos da Conferência Mundial de Pequim e quatro décadas da independência; obras retratam ação dos personagens antes e depois do período colonial.

Eleutério Guevane, Rádio ONU em Nova Iorque.

Um projeto pretende lançar um livro e um disco sobre "iniciativas singulares" de 40 mulheres de Angola este ano. A informação foi dada por Círia de Castro, da Organização da Mulher Angolana, OMA.

A representante falou à Rádio ONU, em Nova Iorque, na 59ª Sessão da Comissão sobre o Estatuto da Mulher, CSW. A ideia foi apresentada no evento, que termina esta semana.

Números

"O que nós queremos é um livro e disco que devemos lançar no meio do ano, em que estamos a trabalhar com mulheres singulares, que tenham iniciativas singulares ao nível de todo o país. É verdade que os números são muito positivos no que toca à quantidade de mulheres nos cargos de decisão política, como o parlamento por exemplo. É necessário que essa positividade se dilua ao longo de outros setores da vida do país. Esta é uma perspetiva do livro e do vídeo que estamos a trabalhar. A outra é imortalizar como, com as aspas que a expressão merece, mulheres que tenham sido autoras de iniciativas singulares."

O trabalho deve retratar figuras marcantes para assinalar os progressos alcançados após a Conferência Mundial sobre as Mulheres, realizada em Pequim em 1995. O lançamento também coincide com as celebrações dos 40 anos da independência angolana.

"Nós temos, por exemplo, uma senhora que é soba (líder local) na região do Lunda Sul, que é doutorada. Se olhar para o conjunto de autoridades tradicionais em Angola, certamente não encontras 20 licenciados. Portanto, é um caso inédito. Há também uma advogada, Lurdes Caposo Fernandes que faz parte do projeto. É do setor de petróleo e estendeu as suas atividades para os Estados Unidos de América."

Círia de Castro destacou que o livro e o disco devem expor ações de mulheres dos períodos pré e pós-independência numa perspetiva de sustentabilidade.

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