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Atual dinâmica diplomática de Angola carece de mais mulheres, diz ministra

Foto: ONU Mulheres

Atual dinâmica diplomática de Angola carece de mais mulheres, diz ministra

O país está envolvido em esforços para conter conflitos regionais e internacionais em órgãos da ONU e em África; em entrevista à Rádio ONU, governante disse haver oito diplomatas angolanas nomeadas.

Eleutério Guevane, da Radio ONU em Nova Iorque.

A ministra da Família e Promoção da Mulher de Angola afirmou que a atual dinâmica da diplomacia do país exige uma maior presença feminina na área.

Filomena Delgado falou à Rádio ONU, esta quinta-feira, à margem da 59ª Sessão da Comissão sobre o Estatuto da Mulher, CSW. O país apresentou os seus progressos na área de igualdade de género no período pós-independência.

Participação

"Estamos com uma dinâmica, em termos de diplomacia, muito grande sobretudo na região dos Grandes Lagos e noutras regiões. Então, nós queremos fazer com que as mulheres tenham uma participação mais ativa. Para além do processo de paz, a nível da diplomacia também temos um deficit de participação de mulheres. Com a aprovação da política de género pensamos começar paulatinamente a influenciar, porque se realmente estamos a falar na igualdade então que seja oportuno que a mulher tenha outra participação. "

Angola é membro não-permanente do Conselho de Segurança e vai presidir a Conferência Internacional da Região dos Grandes Lagos, Cirgl, até 2016.  A entidade regional aborda os conflitos do Sudão do Sul, República Centro-Africana e República Democrática do Congo.

Relações

A ministra disse que o ambiente propicia a participação de mulheres para conduzirem ativamente as relações entre governos.

"Neste momento, não estamos muito bem. Nós só temos oito mulheres com a categoria de embaixadores, mas nem todas elas estão a exercer. Quanto mais baixa é a função da diplomacia maior é a percentagem. Claro que também aí temos que trabalhar."

A participação feminina no Parlamento angolano passou de 9,5% para 36,8% entre 1995 e 2015, o que tornou Angola no país de língua portuguesa com o maior aumento de mulheres no parlamento no período.

SONORA: Filomena Delgado, Nova Iorque.

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