Escritório de Direitos Humanos preocupado com integrantes da sociedade civil que fizeram manifestações em novembro; três homens, incluindo ex-candidato à presidência, servem sentença e veredicto de outros deve sair na quinta-feira.
Leda Letra, da Rádio ONU em Nova Iorque.
O Escritório de Direitos Humanos da ONU expressou, esta terça-feira, grande preocupação com procedimentos judiciais contra integrantes de duas entidades da sociedade civil da Mauritânia.
Tratam-se de membros do grupo Ação para Educação, Trabalho e Progresso e do grupo anti-escravidão Iniciativa pela Resurgência do Movimento Abolicionista, IRA.
Justificativas
Integrantes do IRA estão presos desde novembro, após uma manifestação no sudoeste do país. Três homens, incluindo o ex-candidato à presidência da Mauritânia, Biram Dah Abeid, estão a servir uma sentença de dois anos.
As acusações incluem “reunião ilegal” e “recusa a acatar as ordens das autoridades administrativas”. O porta-voz do Escritório de Direitos Humanos afirmou em Genebra que as decisões parecem ser “arbitrárias e injustificadas”.
Sentenças
Os três homens pediram recurso ao veredicto, mas continuam presos. Rupert Colville manifestou muita preocupação com a “severidade das sentenças contra Dah Abeid e seus colegas”.
Outros três homens também estão detidos na Mauritânia devido a manifestações em novembro e esperam um veredicto, cuja divulgação está prevista para quinta-feira.
O Escritório de Direitos Humanos instou o governo do país a conduzir uma investigação sobre os casos e a libertar todos os detidos, que estavam, nas palavras de Colville, a “exercer seus direitos à reunião pacífica e à liberdade de associação”.