Representante da ONU “chocada” após visita ao Sudão do Sul

Ellen Margreth Loj esteve na comunidade de Wau Shilluk, no Alto Nilo, e relatou grande nível de destruição; enviada pede justiça aos responsáveis por recrutar crianças-soldado no país.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova Iorque.*

A representante especial do secretário-geral da ONU para o Sudão do Sul declarou estar “chocada” com os níveis de destruição vistos no principal mercado e num hospital da comunidade de Wau Shilluk, no estado de Alto Nilo.

No local, pelo menos 89 crianças foram raptadas recentemente e o Fundo da ONU para a Infância, Unicef, acredita que o número de menores levados possa ser bem maior.

Recrutamento

Segundo testemunhas, homens armados entraram nas casas de Wau Shilluk e retiraram à força meninos maiores de 12 anos de idade.  Após visitar a comunidade, a representante do secretário-geral, Ellen Margreth Loj, voltou a expressar grave preocupação com o recrutamento de crianças-soldado no país.

Loj declarou ser importante levar à justiça todos os envolvidos na prática “inaceitável”, nas palavras da enviada. A representante visitou também Malakal, onde manteve encontros com autoridades para discutir o recrutamento de crianças-soldado.

Segurança

Com os líderes locais, Loj tratou ainda da necessidade de se estabelecer uma outra base de soldados de paz da Missão da ONU no Sudão do Sul, Unmiss, num esforço para promover um “ambiente mais seguro para os deslocados internos”.

A situação de segurança no país mais novo do mundo piorou no último ano, com desentendimentos políticos entre líderes da oposição e do governo em dezembro de 2013.

As hostilidades transformaram-se no conflito que levou 100 mil civis a procurar abrigo nas bases da Unmiss. Além disso, outros 1,5 milhão de pessoas estão deslocados em outras áreas do país e pelo menos 500 mil pediram refúgio em nações vizinhas.

*Apresentação: Denise Costa.