Mulheres e crianças sobrevivem mais do que nunca, diz ONU
Secretário-geral disse que cerca de 2,4 milhões de mulheres e crianças foram salvas desde 2010; Na sede das Nações Unidas, Melinda Gates apelou para mais cuidados para recém-nascidos e aposta nos serviços de saúde reprodutiva.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
Maior número de mulheres e crianças sobrevive mais do que nunca, disse esta terça-feira o secretário-geral das Nações Unidas.
Ban Ki-moon disse que o resultado deve-se ao esforço coletivo, ao anunciar que em todo o mundo foi salva a vida de cerca de 2,4 milhões de mulheres e crianças nos últimos cinco anos.
Estratégia
O chefe da ONU falava no lançamento do relatório sobre os progressos alcançados desde a adoção da Estratégia Global para a Saúde das Mulheres e Crianças "Every Woman, Every Child" ou Cada Mulher, Cada Criança . A iniciativa surgiu em setembro de 2010.
Ban destacou que mais menores recebem medicamentos para combater a diarreia, um maior número de bebés têm acesso à alimentação adequada e aos benefícios de saúde do aleitamento materno exclusivo.
Melinda Gates
No evento, a cofundadora da Fundação Bill e Melinda Gates, disse que os cortes das mortes maternas e da mortalidade infantil foram um "progresso incrível".
Melinda Gates defendeu que o passo a seguir é trabalhar num plano de ação para os recém-nascidos e apostar em mais serviços de saúde reprodutiva para mulheres e meninas.
HIV
Ban disse que houve maior acesso a esses serviços, ao citar também o aumento de mulheres a dar à luz numa unidade de saúde. Os avanços incluem mais grávidas a receber medicamentos antirretrovirais para prevenir a transmissão do HIV aos bebés.
Mais de 300 organizações de governos, da sociedade civil, acadêmicos e representantes do setor privado "fizeram mais de 400 compromissos específicos para promover a saúde e o bem-estar das mulheres e crianças".
O chefe da ONU recomenda que seja aproveitada essa dinâmica para atingir os Objetivos de Desenvolvimento do Milénio, ODMs, ainda por cumprir com vista ao "fim das mortes evitáveis e o investimento em mulheres, crianças e adolescentes".
Rapidez
Após reconhecer o trabalho árduo de governos, Ban pediu ações conjuntas para a maior rapidez. O outro desafio é ir além do setor de saúde para parcerias em áreas como educação, empoderamento das mulheres, energia, nutrição, água e saneamento.
Para chegar às pessoas em áreas de conflito e com necessidades humanitárias, o chefe da ONU disse que são necessárias novas medidas.
O secretário-geral disse que um contínuo compromisso político, um aumento no financiamento inovador e fortes parcerias podem acabar com as mortes evitáveis de mulheres e crianças de forma realista numa geração.
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