Milhares marcham pelas ruas de Nova York pedindo igualdade de gênero
Na caminhada do Dia Internacional da Mulher, secretário-geral Ban Ki-moon defende que desigualdade deve acabar até 2030; homens, mulheres e crianças de vários países participam pedindo fim da discriminação, da violência e acesso universal à educação.
Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.
“Queremos igualdade de gênero e queremos agora!” – assim, a diretora-executiva da ONU Mulheres, Phumzile Mlambo-Ngcuka, e uma multidão deram início a uma marcha para celebrar o Dia Internacional da Mulher.
Milhares enfrentaram o frio de 5° C e caminharam, na tarde deste domingo, pelas ruas da região central de Nova York, cidade “pioneira” na luta pelos direitos das mulheres, como lembrou a primeira-dama Chirlane McCray.
A primeira-dama de Nova York lembrou a marcha ocorrida em 1908, quando 15 mil mulheres caminharam pedindo melhores salários e direito de voto. E 107 anos depois, a ilha de Manhattan voltou a receber mulheres, homens e até crianças de várias partes do mundo, incluindo brasileiros e portugueses, que têm um pedido único: a igualdade de gênero.
Brasil e Portugal
“Eu estou extremamente entusiasmada por participar e por trazer a minha voz contra todas as violações que ainda se fazem infelizmente no mundo inteiro contra os direitos humanos das mulheres, raparigas, meninas.”
“Eu acho que é importante também os homens participarem porque não há para mim diferença nenhuma de gêneros para além das especifidades fisiológicas. Somos seres humanos e devemos ter igualdade em todos os direitos cívicos.”
“A gente trouxe as crianças para a primeira marcha deles. Foi uma oportunidade da gente comentar com eles que nem em todos os países as meninas têm o direito de estudar, ou as meninas têm as mesmas oportunidades que os meninos.”
2030
Já o secretário-geral da ONU fez um pronunciamento e pediu que a igualdade de gênero esteja no topo da agenda internacional. Ban Ki-moon falou que progressos importantes foram feitos desde a adoção, há 20 anos, da Declaração de
Mas na avaliação de Ban Ki-moon, os progressos estão lentos e desiguais e defendeu que a igualdade de gênero seja alcançada até 2030. A marcha do Dia Internacional da Mulher, promovida pelas Nações Unidas e pela prefeitura de Nova York, contou também com a participação do ator britânico Paul Bettany.
Paul declarou que estava marchando pela filha e por seus dois filhos, que segundo o ator, merecem viver num mundo livre da desigualdade de gênero. A caminhada marcou também o início de mais uma sessão da Comissão sobre o Estatuto da Mulher, que reunirá representantes políticos e civis na sede da ONU a partir desta segunda-feira.
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