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Combate ao crime organizado é tema do Dia Mundial da Vida Selvagem

Dia Mundial da Vida Selvagem. Foto: Whit Welles

Combate ao crime organizado é tema do Dia Mundial da Vida Selvagem

Data é celebrada pela segunda vez neste 3 de março; Nações Unidas calculam que tráfico de animais e caça podem valer até US$ 213 mil milhões por ano; Ban Ki-moon diz ser momento para encarar assunto com seriedade.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova Iorque.

As Nações Unidas marcam esta terça-feira, 3 de março, o Dia Mundial da Vida Selvagem. No ano em que a data é celebrada pela segunda vez, o foco é no aumento do crime organizado.

O Programa da ONU para o Desenvolvimento, Pnud, organiza um evento no zoológico do Central Park, em Nova Iorque, com um painel de alto-nível a discutir os crimes. Segundo o Pnud, mais de 1,2 mil rinocerontes foram caçados no ano passado e num período de três anos, 100 mil elefantes africanos foram mortos de forma ilegal.

Sofisticação

Numa mensagem sobre o dia mundial, o secretário-geral da ONU diz que o pedido é simples, porém firme: é hora de levar a sério os crimes contra a vida selvagem. Ban Ki-moon nota que o comércio ilegal tornou-se um crime transnacional sofisticado, se comparado com o tráfico de drogas ou de seres humanos.

O chefe da ONU nota que os crimes que envolvem animais selvagens são muitas vezes facilitados pela corrupção ou pela fraca governança. Ban sugere também haver “forte evidência do envolvimento, cada vez maior, de redes do crime organizado e de grupos armados não-estatais”.

Custo Financeiro

Segundo as Nações Unidas, crimes como corte ilegal de madeira, caça e tráfico de animais podem movimentar entre US$ 70 mil milhões e US$ 213 mil milhões por ano. Além de interferir na conservação da natureza, esses crimes afetam a paz e a segurança em regiões onde muitos conflitos são alimentados por essas atividades ilegais.

Ban Ki-moon explica que levar o problema a sério significa envolver setores da sociedade ligados à fabricação e ao consumo de produtos feitos a partir da vida selvagem, como medicamentos, alimentos, materiais de construção, móveis, cosméticos, roupas e acessórios.

Medidas

O secretário-geral diz que as leis precisam receber mais apoio das comunidades e ressalta o papel dos negócios e do público em geral, que podem, por exemplo, se recusar a comprar marfim ilegal ou cornos de rinoceronte. Outra ideia é insistir que produtos do mar e das florestas tropicais tenham sido obtidos de forma legal e de fontes sustentáveis.

Neste sentido, Ban Ki-moon faz um apelo a consumidores, produtores e governos, para que tratem os crimes contra a vida selvagem como uma ameçada ao futuro sustentável.