Perspectiva Global Reportagens Humanas

ONU destaca desafios dos Camarões devido à ação do Boko Haram

Aldeias atacadas pelo Boko Haram. Foto: IRIN/Aminu Abubakar

ONU destaca desafios dos Camarões devido à ação do Boko Haram

Secretária-geral assistente para Assistência Humanitária aponta instabilidade causada pelas milícias nigerianas no extremo norte camaronês; país também acolhe deslocados da República Centro-Africana.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

Os Camarões enfrentam atualmente enormes desafios devido aos ataques do grupo rebelde nigeriano Boko Haram, disse a secretária-geral assistente das Nações Unidas para Assuntos Humanitários.

Num informe publicado após a sua recente visita à região,  Kyung-Wha Kang destacou que a situação de instabilidade ocorre tanto no nordeste da Nigéria como no extremo norte dos Camarões.

Entidades de Auxílio

Nesta terça-feira, a também vice-coordenadora para Assistência de Emergência considerou "extremamente complicado" o ambiente para a ação de entidades de auxílio, especialmente porque as necessidades humanitárias estão a  aumentar.

As declarações foram fetas no dia em que agências de notícias informaram que dois ataques bombistas contra centros comerciais do norte da Nigéria causaram a morte de 27 pessoas. Ambos foram atribuídos ao Boko Haram.

De acordo com os relatos das agências de notícias, esta quarta-feira decorre  um encontro de líderes militares da Nigéria, dos Camarões, do Níger e do Benim. O grupo discute planos de "criação de uma força de 8,7 mil homens como parte da força regional" para combater o grupo extremista.

Recursos

Nos Camarões, a responsável da ONU deslocou-se à capital Yaoundé e ao acampamento em Gado, a este, que alberga refugiados centro-africanos. Ela destacou a interrupção do fluxo de cidadãos que fogem do país vizinho.

Mas destacou que, em ambos os países, a falta de recursos está a dificultar ações de auxílio tendo apelado à atenção dos doadores a este facto.

Para Kang, no atual contexto de múltiplas crises em todo o mundo, a maior ameaça para as pessoas  vulneráveis dos dois países é a negligência por parte da comunidade internacional.